
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) defende que o novo arcabouço fiscal brasileiro desagrade esquerda e direita. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o pepista afirmou que esse é um termômetro para mostrar que a proposta tem um equilíbrio, necessário para promover desenvolvimento e crescimento, mas olhando para o lado social do país.
A proposta fiscal está sendo elaborada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que está em diálogo constante com o Congresso para garantir a aprovação do arcabouço nas duas casas.
“Não temos ainda o arcabouço traçado. O que enxergamos, e o ministro [Haddad] tem tido bastante cuidado com isso, é criar regra que cuide de promover desenvolvimento e crescimento, mas cuide de ter responsabilidade e olhar para o social. Se não a inflação mata o mais carente. Não podemos ter situação como da Argentina, com inflação de 100% ao mês. A literatura gosta de chamar o arcabouço de bala de prata, mas acho que pode ser a bala de ouro no Brasil”, disse na entrevista.
Segundo Lira, as condições da proposta ainda não foram apresentadas. Ele defende que “nada nesse aspecto pode ser artificial” e garante que haverá viabilidade política caso a proposta esteja nos termos que ele entende como corretos.
“Se for situação forçada, tanto de meta de inflação quanto de juros, degringola a economia. Ninguém quer juro alto. Não quero, os bancos não querem e o próprio Banco Central não quer. Mas
isso tem a precificação da inflação e dos gestos feitos. Precisamos de um armistício.”
O relator da proposta já tem um partido: o seu próprio, do PP – apesar do nome ainda não estar definido. “Não será, como foi dito na imprensa, de oposição. Será um relator responsável. Se nós estamos defendendo o arcabouço, o relator não vai atrapalhar.”
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil