
Reprodução / CNN Brasil

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem estudando como frear a cobiça do Centrão para assumir o comando do Ministério da Saúde. Uma das possibilidades que já vem sendo estudadas pelo Palácio do Planalto é recriar a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e entregar a um partido do Centrão, provavelmente o PP. As informações são do jornal O Globo.
A Funasa era responsável por obras de saneamento e tem capilaridade nacional. Porém, a fundação havia sido extinta no começo do ano pelo governo através de uma medida provisória (MP), que não foi votada e perdeu a validade. O fim das atividades do órgão estava presente no relatório da MP de reestruturação dos ministérios, mas foi retirada de última hora após um acordo entre o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e o deputado Danilo Forte (UB-CE).
De acordo com a publicação, um integrante do governo revelou que, depois de sua recriação, a Funasa será “toda loteada”. As conversas devem começar depois da definição da estrutura que a fundação terá. Esse novo formato deve apontar para o “grau de cobiça” dos partidos pela nova Funasa.
Já é dado como certo que a fundação ficará sob responsabilidade do Ministério da Saúde, que conta com um orçamento de R$ 183,8 bilhões. A entrega da Funasa ao Centrão é encarada por uma parte do governo como uma maneira de formar uma base sólida no Congresso. Por outro lado, o presidente Lula descarta no momento tirar Nísia Trindade do comando do ministério.
Ainda segundo a reportagem, apesar de reconhecer que não tem a mesma atratividade do Ministério da Saúde, integrantes do governo acreditam que a fundação, junto com outras composições e liberação de nomeações ainda pendentes em outros setores, pode melhorar a relação do Planalto com o Congresso.
Como a Funasa deixou de existir, o Congresso precisa aprovar um projeto de decreto legislativo (PDL) para recriar a fundação. Danilo Forte, que presidiu a Funasa no segundo governo Lula, já conversou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre o assunto na semana passada. No entanto, ficou definido que o texto que tramitará no Congresso será o do senador Hiran Gonçalves (PP-RR), aliado de Lira.
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