

O tenente-coronel Mauro Cid, por meio de uma declaração lida, afirmou que, considerando sua condição de investigado, a orientação de sua defesa e a decisão da ministra Carmen Lúcia, exercerá seu direito constitucional ao silêncio durante seu depoimento na CPMI de 8 de janeiro , que ocorreu nesta terça-feira (11). O direito ao silêncio foi concedido pela ministra do STF, Cármen Lúcia, em resposta ao pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do tenente-coronel.
Em sua declaração inicial, o tenente-coronel Mauro Cid, que comparou vestido com sua farda à reunião da CPMI, fez um breve relato sobre sua trajetória no Exército Brasileiro. Ele também explicou como prerrogativas funções do cargo de ajudante de ordens do presidente, enfatizando que sua função se limitava a transmitir recados e que não possuía autonomia para tomar decisões.
“Sem intenção de desrespeitar vossas excelências e os trabalhos controlados por esta CPMI, levando em consideração minha inequívoca condição de investigado, seguindo a orientação da minha defesa e com base no habeas corpus concedido pelo STF em meu favor, utilizarei meu direito constitucional ao silêncio” , declarou Mauro Cid.
Logo nas primeiras perguntas da relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o tenente-coronel Mauro Cid reafirmou sua decisão de permanecer em silêncio. A relatora fez uma série de perguntas sobre a aceitação de fraude nos cartões de vacinação, envolvendo não apenas o presidente Bolsonaro, mas também o próprio Mauro Cid e sua família, porém não recebeu qualquer resposta do depoente.
Mauro Cid é apontado como um dos articuladores de uma conspiração para reverter o resultado das eleições do ano passado, inclusive com planos de intervenção no Tribunal Superior Eleitoral e violação da ordem constitucional. O ex-ajudante de ordens encontra-se detido desde 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação contra a COVID-19, incluindo o do então presidente Jair Bolsonaro e de familiares do ex-presidente.
Apesar da postura de silêncio adotada pelo depoente, a CPMI é composta por 23 membros e três não membros inscritos para fazer perguntas durante o depoimento.