
Marcelo Camargo / Agência Brasil

Há poucos dias da divulgação do novo programa de incentivo do setor automotivo, as fabricantes de veículos não tem apresentado um consenso e têm feito movimentos desarticulados. Com a falta de um conseso na Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o espaço está ficando aberto para as fabricantes chinesas, que não compõem a entidade, apresentarem as suas propostas ao Governo Federal.
Essa falta de consenso, inclusive, pode fazer com que a divulgação do novo plano para o programa de incentivo ao setor automotivo atrase. Vale lembrar que a intenção do programa é trazer benefícios tributários com o intuito de estimular a fabricação local. Outro detalhe importante é que este programa terá como base a eficiência energética, com ênfase no uso do etanol e na eletrificação.
Apesar estar em uma situação de desencontro interno, a Anfavea tem a esperança de que na segunda etapa do programa Rota 2030, que provavelmente será nomeado de Mobilidade Verde, inclua o retorno de um imposto. Neste caso, o desejo da associação é que o governo retome a cobrança gradual do Imposto de Importação. O principal da Anfavea são as marcas chinesas que tem se aproximado cada vez mais da gestão federal.
De acordo com a entidade, o retorno desse imposto também pode contribuir com a arrecadação. Isso porque, segundo a associação, o Brasil teria deixado de arrecadar, em 2023, cerca de R$ 2 bilhões por conta da isenção do imposto. A entidade diz que, desse total, R$ 1,1 bilhão é devido aos veículos importados da China.
Vale lembrar que há mais ou menos dez dias, representantes das marcas chinesas se reuniram com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB). Nesse encontro, que aconteceu antes da runião de outras marcas com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), os executivos das empresas chinesas apresentaram propostas para o novo programa de incentivo à indústria.
Marcelo Camargo / Agência Brasil