
A publicação com teor golpista feita por Jair Bolsonaro feito dois dias depois dos atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro, em Brasília, foi recuperado e poderá ser usado contra o ex-presidente como prova de incitação aos atos.
Inicialmente, a Meta, dona do Facebook, disse que que não tinha mais o conteúdo em seus servidores. No entanto, a Metamemo, que não tem relação com a rede social, capturou a publicação antes que ela fosse excluída e armazenou o post com outras informações sobre a publicação.
O registro ainda precisa passar por uma perícia externa para comprovar a veracidade do conteúdo e assim possa ser usado como prova pelo Judiciário.
No dia 10 de janeiro, Bolsonaro postou um vídeo em que um homem, identificado como Dr. Felipe Gimenez, atacou o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas. Nas imagens, o indivíduo afirma ainda que “Lula não foi eleito pelo povo. Ele foi escolhido e eleito pelo STF e TSE”.
O post foi usado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o nome do ex-presidente fosse incluído no inquérito que investiga quem incitou e que é o autor intelectual dos atos golpistas. Em depoimento à Polícia Federal em abril, Bolsonaro confirmou ter publicado o vídeo, mas que fez o post por engano. Ele disse que estava sob efeito de medicamentos e que queria enviar o arquivo para o seu próprio WhatsApp e assisti-lo posteriormente.
No último dia 5, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, acatou pedido da PGR e determinou que a Meta fornecesse os dados.
Em janeiro, a Procuradoria já havia solicitado a preservação do conteúdo em janeiro deste ano e reforçou o pedido no início do mês. A Meta disse que não foi intimada sobre o pedido feito em janeiro e que não tinha mais o conteúdo disponível em seus servidores.
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