

Apesar de ter sido condenado a inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030, aliados afirmam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve continuar insistindo em uma candidatura para a presidência da República nas eleições de 2026 até o último instante. A informação é da coluna de Malu Gaspar, no Globo.
De acordo com a publicação, interlocutores de Bolsonaro cita três pontos para justificar a insistência do ex-presidente em se colocar com postulante na disputa.
O primeiro motivo, chamada de “estratégia Lula”, vem sendo considerada pelo entorno de Bolsonaro desde que foi declarado inelegível pelo TSE. O fato de o petista ter considerado reverter a sua inelegibilidade anima o ex-presidente e seus aliados em conseguir repetir o feito. Porém, o caso de Bolsonaro é encarado como mais improvável do que a de Lula.
Bolsonaro foi condenado duas vezes pelo TSE por abuso de poder político e econômico, além de uso indevido dos meios de comunicação. A primeira teria ocorrido em julho de 2022, quando ele promoveu uma reunião com embaixadores com ataques ao sistema eleitoral brasileiro e a segunda foi em setembro, durante comemorações do Bicentenário da Independência.
Já Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso que ficou conhecido como triplex do Guarujá. Na oportunidade, o petista havia sido condenado pela Justiça Federal de Curitiba e teve a sentença confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que a Justiça Federal de Curitiba não era competente para julgar os casos e derrubou as condenações contra Lula.
Bolsonaro também tem no STF a sua única saída para recuperar os seus direitos políticos. Porém, ao contrário do petista, a relação do ex-presidente com a Suprema Corte foi conflituosa ao longo de seu governo.
O segundo motivo que anima Bolsonaro em uma eventual candidatura na eleição presidencial de 2026 é o que seus aliados classificam como “perspectiva de poder”. O entendimento é que uma desistência do ex-presidente poderia enfraquecer e esvaziar o seu grupo político.
O último motivo é o fato de integrantes do PL apontarem para o que chamam “peso da marca” Bolsonaro. O partido entende que ele atualmente é o maior líder da direita e que defender a pauta conservadora e defender o seu “legado” de seu governo.