

“Que bom que eu falo demais, porque teve um tempo em que eu não falava”. Essas foram as palavras que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entoou, nesta sexta-feira (5), quando rebateu analistas que afirmaram, durante a escalada do dólar dos últimos dias, que ele “fala demais”, impactando a economia.
Durante sua participação no evento para inauguração de um novo prédio no campus Osasco da Unifesp, o presidente também se comprometeu com a responsabilidade fiscal e defendeu os investimentos de seu governo na área da educação.
“Quando eu resolvi criar um partido político, o nosso lema era dar vez e voz aos trabalhadores brasileiros que nunca tiveram ninguém. E estou aqui. E não adianta tentar criar caso comigo. E não adianta falar de responsabilidade fiscal, porque se tem uma coisa que eu aprendi com a Dona Lindu, foi responsabilidade fiscal. Cuidar do meu pagamento, cuidar do meu salário, cuidar da minha família. E hoje a minha família é o Brasil. São 213 milhões de filhos que nós temos que cuidar. E só vai dar certo se a economia estiver arrumada”, declarou Lula.
O chefe do executivo foi ao evento acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, e dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Na opotunidade, lula também fez críticas duras à elite brasileira.
“Toda vez que se tenta fazer política social, aparece alguém dizendo: ‘Gasta demais’. E eu fico me perguntando, quanto custou a esse país não ter feito reforma agrária na década de 1950? Quanto custou a esse país não ter feito universidade há 300 anos? Tem gente da elite brasileira que não gosta que eu fale isso. Tem gente que fala que não pode falar “eles” e “nós”, que pensa que somos todos iguais. Nós não somos todos iguais. Tem gente que come dez vezes por dia e tem gente que passa fome”, disparou presidente.
Lula foi celebrado pelo público presente, mas também ouviu cobranças dos estudantes. Durante a cerimônia, foram erguidos cartazes demandando moradia para os alunos e melhores condições de trabalho para os professores.
Marcelo Camargo / Agência Brasil