

A Procuradoria-Geral da República (PGR) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mantiveram sob suspeita a atual gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na mais recente fase da operação que mira a chamada “Abin paralela”. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
Moraes negou o compartilhamento da investigação da Polícia Federal com a corregedoria da Abin para a abertura de sindicâncias internas. Em parecer enviado ao STF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, declarou que o ato “não parece recomendável neste momento processual” diante da “aparente resistência identificada no interior” da Abin.
“Em fases anteriores desta investigação, foram identificadas ações das novas gestões da Abin indicativas da intenção de evitar a apuração aprofundada dos fatos, o que ensejou a avocação do procedimento disciplinar ali instaurado pela Controladoria-Geral da União”, afirmou Gonet.
A Polícia Federal deflagrou na última quinta-feira (11) a quarta fase da Operação Última Milha. Na força-tarefa, prendeu dois ex-funcionários do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin no governo Bolsonaro e atual pré-candidato do PL à Prefeitura do Rio de Janeiro.
Moraes afirmou, ao determinar a prisão dos ex-funcionários, que o procurador-geral da República “reconheceu a possibilidade de interferência” nas investigações ao se posicionar contra o envio da documentação para a Abin.
Antônio Cruz/Agência Brasil