

Após herdar do ex-prefeito Herzem Gusmão (MDB) a prefeitura de Vitória da Conquista, devido ao falecimento do ex-prefeito vítima de Covid-19 em 2021, Sheila Lemos (União Brasil) tem um desafio pela frente depois de se lançar como candidata à prefeitura do município: superar a decisão da maioria dos desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que pediu a sua inelegibilidade alegando terceiro mandato familiar.
Sua mãe, Irma Lemos, foi eleita vice-prefeita de Gusmão em 2016 e assumiu a prefeitura em 2019 e 2020, o substituindo em seus impedimentos, o que, por lei, deixaria Sheila impedida de se eleger novamente para o mesmo cargo. Ela afirma que é “candidatíssima” e que irá recorrer, se for o caso, às instâncias superiores.
Sheila, que é a primeira prefeita de Vitória da Conquista, faz parte da coligação ‘Conquista segue Avançando’ formada pelos partidos Republicanos/ PDT/PP/Federação PSDB-Cidadania/PL/PRD/União Brasil. Nesta entrevista exclusiva ao BNEWS, a atual prefeita se coloca como representante do antipetismo e evita o rótulo de bolsonarista. Além disso, ela defende a sua gestão tão criticada pelos seus adversários. Confira abaixo a conversa na íntegra:
Prefeita, de que forma a polarização nacional entre bolsonaristas e petistas influencia a eleição municipal aqui em Conquista? O eleitor leva isso em consideração na hora de decidir o seu voto?
O eleitor de Vitória da Conquista é um eleitor muito politizado. Ele sabe a diferença das diversas eleições. Agora, nós estamos tratando de eleição municipal. Eles vão escolher dentre os candidatos que se colocaram como candidatos em Vitória da Conquista. Então, não acredito que nenhum tipo de eleição nacional que já passou venha a influenciar o voto da população de Vitória da Conquista agora, em 2024.
O PT e o MDB não entraram em um acordo para ter uma candidatura única aqui em Conquista, como aconteceu em Salvador.De que forma essa divisão pode ajudar na candidatura da senhora?
Bom, na verdade tem a candidatura do MDB e do PT, mas que no final são candidaturas do PT. Eu represento aí, na verdade, esse antipetismo. Então, quem não vota no PT, claro que vai seguir essa proposta de Sheila. E outros também que até votam, que votavam no PT. Conhecendo as nossas propostas para a Vitória da Conquista, eleitores que estão realmente preocupados com o crescimento da cidade, com a cidade continuar avançando, sendo essa cidade que é considerada a melhor cidade da Bahia para se viver, também têm declarado o voto na nossa proposta. Nós temos uma campanha, as nossas propostas para a Vitória da Conquista estão superiores às propostas dos adversários. E a população tem entendido isso e tem trazido esse feedback para a gente, de que realmente nós queremos o crescimento e queremos que Vitória da Conquista seja a cidade mais segura, seja a melhor cidade da Bahia para se viver, continue sendo a melhor cidade da Bahia para se viver.Na verdade, as nossas propostas é que Vitória da Conquista venha ser uma das melhores cidades do país para se viver.
A parceria com o governador Jerônimo Rodrigues é fundamental para o município se desenvolver. Como será sua relação com o governo estadual caso seja eleita?
Bom, a relação com o governador, hoje eu estou prefeita, então a gente já tem uma relação com o governador, é uma relação institucional. Eu sou a prefeita da terceira maior cidade da Bahia e ele é governador do estado, governador de quem votou e de quem não votou, é governador de todos. Nós temos uma relação institucional e assim vai permanecer.
Por que a senhora se considera a melhor opção para os conquistantes? O que te diferencia dos seus concorrentes?
Pronto, nós já estamos aí há quase quatro anos à frente do governo de Vitória da Conquista.Vitória da Conquista avançou muito nesses quatro anos, mesmo tendo quase um ano e meio perdido com a pandemia.Nós tivemos aqui duas fortes chuvas, as maiores chuvas dos últimos anos.Enfrentamos isso com muita coragem, com muito trabalho, com muita determinação e a cidade está crescendo muito.
Então, estamos com obras nos quatro cantos da cidade, obras estruturantes, obras de infraestrutura importante para a cidade, como macrodrenagem, como drenagem nos bairros, pavimentação, melhorando a mobilidade urbana, trazendo um transporte público de qualidade, com preço módico, de R$ 3,80, mesma passagem desde o ano de 2018, sem sofrer nenhum tipo de aumento.Então, nós estamos mostrando para a Vitória da Conquista que ela pode crescer muito, pode ser… é uma cidade que já é pujante, mas que pode crescer ainda mais. E as nossas propostas para o futuro, para os próximos quatro anos, demonstra isso. Tudo o que fizemos já está aí provado, o que temos capacidade de fazer, porque já entregamos, e o que nós queremos ainda para a Vitória da Conquista, para que ela continue avançando mais. Então, não tenho dúvida, o eleitorado já deixa claro, pelas pesquisas, as que foram registradas e pelas ruas, que eu acho que a melhor pesquisa é a da rua, deixa claro que a nossa proposta é a melhor e é a proposta que sairá vencedora no dia 6 de outubro.
Na sua opinião, qual o principal problema da cidade e como a senhora irá enfrentá-lo?
O maior problema das médias e grandes cidades do país é na área da saúde.
Nós enfrentamos aí problemas gravíssimos na saúde do país, principalmente, na média e alta complexidade, que são os hospitais, que aqui em Vitória da Conquista, no caso, é gerido pelo Governo do Estado, que é a UPA, que é o Hospital de Base, mas também temos desafios na saúde básica, na saúde primária. Então, nós já estamos enfrentando esses desafios, quando nós colocamos equipes em todos os postos de saúde, médicos em todos os postos, requalificando a estrutura física desses postos, trazendo a tecnologia para próximo, colocando prontuário eletrônico em todos os postos de saúde, fazendo essa informatização em toda a área da saúde, utilizando a telemedicina, já está na nossa proposta, trazendo a carreta da saúde para ajudar na questão dos exames que estavam represados. Então, quando você traz isso, você consegue ir desafogando o sistema de saúde.E nós, em Vitória da Conquista, já estamos construindo cinco novos postos de saúde, uma UPA municipal, primeira UPA municipal da cidade já está sendo construída na zona oeste da cidade e um Centro Integrado de Atenção à Mulher e à Infância, então é um espaço dedicado a saúde da mulher e da criança na nossa cidade. Então, esse equipamentos já estão sendo construídos, não é que estão no plano para o próximo governo não, já estão em construção.
Uma reclamação dos conquistenses é a falta de água sobretudo na zona rural. Como será a relação do eventual governo com a Embasa e o que fazer para melhorar a situação do abastecimento ?
Bom, nossa questão com a Embasa é quando ela faz os cortes do pavimento e a recomposição asfáltica que é muito ruim, então assim, a relação com a Embasa não é boa nessa questão da requalificação do pavimento , mas quanto ao abastecimento de água e a rede de esgoto nós temos uma boa relação. O que acontece na água é o seguinte: a Prefeitura de Vitória da Conquista assinou um contrato com a Embasa, renovou esse contrato e tem uma cláusula que tem que ampliar a rede de abastecimento indo para os distritos e povoados de Vitória da Conquista, mas nós estamos tratando de uma cidade que tem 330 povoados, 12 distritos, 3.700 quilômetros quadrados de área territorial, então é uma cidade gigante, o território é gigante e sabemos que a Embasa precisa cumprir esse contrato, né, mas, por enquanto, ela não tem descumprimento desse contrato não. O que a gente não está percebendo é que ela está se preparando para fazer essa ampliação da oferta de água e aí vai a questão da Barragem do Catolé que está parada. O Governo do Estado contratou uma empresa que iniciou as obras, fez, parece, que 10 ou 14 % das obras e a empresa abandonou e até agora não foi licitado outra para dar continuidade nas obras da Barragem do Catolé, que é muito preocupante, porque sem essa barragem , logo, logo, Vitória da Conquista vai passar por sérios problemas hídricos, porque nós estamos crescendo muito, a população aumentando muito e a oferta de água é a mesma de 40 anos atrás.
Quais políticas a senhora irá implantar, para que o município tenha maior transparência no uso dos recursos públicos? E aí eu cito uma investigação da Polícia Federal (PF) , da época da pandemia, de compra de testes de Covid-19 que teve superfaturamentro, segundo as investigações, e gerou um prejuízo para o município de mais de R$ 600 mil.
Vitória da Conquista é uma das cidades mais transparentes do país. Nós fizemos questão de trazer tudo do que é mais moderno que existe de legislação sobre transparência e implementamos aqui em Vitória da Conquista. Somos referência em transparência. Existe uma investigação da PF em curso, onde o município de Vitória da Conquista está colaborando com a Justiça, com a Polícia no caso, em todas essas investigações. Não tem inquérito concluso , não tem processo judicial , foi algo que aconteceu em outra gestão, não foi na minha gestão, mas tudo que nos coube fazer está sendo feito e claro, melhorar ainda mais a nossa forma de contratação. Então, nós estamos qualificando os nossos servidores públicos , que é bom lembrar que toda a nossa área de compras, contrato e licitações são servidores efetivos que trabalham lá , então estamos qualificando ainda mais os nossos servidores, para que a gente tenha cada vez mais contratações mais transparentes, mais seguras, porque, muitas vezes, o servidor público ele erra não por estar querendo errar , talvez por algum desconhecimento, então estamos qualificando os nossos servidores, para que qualquer brecha que exista em contratações que a gente consiga sanar , mas tenho convicção que os nossos servidores públicos são pessoas que trabalham com honestidade, com retidão. São pessoas que são comprometidas com a cidade de Vitória da Conquista, não tenho dúvidas disso.
A prefeitura tomou um empréstimo de R$ 160 milhões de reais e os seus adversários vêm te criticando por isso. Ao que está sendo destinado esses recursos e o município vai ter condições de pagar esse empréstimo, sem comprometer as finanças?
Yuri, você chegou na cidade hoje?
Ontem.
Pois, se você der uma volta pela cidade você vai ver onde está os R$ 160 milhões. Estão todos sendo aplicados em obra de infra-estrutura nos equipamentos de saúde como eu disse, os postos de saúde, a UPA, o Centro Integrado de Saúde da Mulher e da Infância. Nós pavimentamos mais de 100 quilômetros nessa cidade, fizemos grande drenagem em bairros enormes que estavam há mais de 40 anos com as pessoas sofrendo com a poeira nos dias de sol e com lama nos dias de chuva, então é o Panorama que está sendo pavimentado, o Bateias II, o Cidade Modelo, o Porto Seguro, o Vila Marina, o Jardim Guanabara, o Bela Vista, o Boa Vista e fora recapeamento nessa cidade inteira. Então, todas as pessoas sabem onde está sendo aplicado esse recurso e outra, é um recurso oriundo de um empréstimo com a Caixa Econômica Federal, onde nós contratamos a Caixa para fiscalizar as obras, os recursos para onde estão indo, então a própria Caixa é contratada para fiscalizar. É o terceiro empréstimo que o município contrai com a Caixa Econômica Federal, já encerramos dois, todos com a Caixa fiscalizando sem problema algum, este está em operação, as obras estão aí na cidade, a população inteira está vendo para onde esse recurso está indo e Vitória da Conquista tem capacidade de endividamento ainda , de tomar mais dois ou três empréstimos desse valor. Nossa capacidade de endividamento é de quase 700 milhões de reais, nós tomamos de R$ 160 milhões, porque já tínhamos mais dois tomados, mas de qualquer forma ainda temos uma capacidade de endividamento aí de mais ou menos 300 milhões de reais.
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