

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou os rumos das eleições da Câmara dos Deputados e falou que não tem um candidato fixo. “Eu tenho como prática política não me meter na escolha do presidente da Câmara. É uma coisa do Congresso Nacional. Como eu respeito a autonomia de cada poder, meu presidente será aquele que for eleito”, disse o petista, em entrevista a Mário Kertész na Rádio Metrópole nesta quinta-feira (17).
“Aquele que for eleito, goste dele ou não goste, vou conversar e vou tratá-lo como presidente da Câmara. É assim que eu faço. Não vou nunca apresentar para o presidente da Câmara um projeto de interesse pessoal, vou apresentar projeto de interesse do povo brasileiro. Vou discutir com ele como é que vota”, acrescentou.
Ainda segundo Lula, mesmo com menor número de parlamentares do seu partido, o PT, na Câmara, ele conseguiu aprovar os projetos importantes para o governo. “Vou lhe explicar uma coisa. Quando nós tomamos posse, disseram que a gente teria muita dificuldade de governar. Meu partido só tem 70 deputados em 513, só tenho 9 senadores de 81. Aprovamos uma PEC da transição que deu R$ 165 bilhões para a gente governar o país no primeiro ano. Aumento o dinheiro da Saúde e Educação. Aprovamos uma coisa extraordinária que foi o Arcabouço Fiscal, já aprovamos a política tributária e até agora não perdemos nenhum projeto importante que o governo mandou para o Congresso Nacional”, declarou o presidente.
Para o presidente, a relação entre os poderes tem que ser harmoniosa. “Ninguém é obrigado a acatar tudo o que o governo manda, mas é possível se estabelecer uma mesa de negociação e a gente encontrar um denominador comum que permite a gente aprovar as coisas. Isso tem sido feito com Lira e Pacheco na presidência. Não quero escolher presidente, quero manter uma relação civilizada e institucional com quem ganhar as eleições nas duas casas. Não quero dizer que não gosto do presidente. Não é o presidente da Câmara que precisa do presidente da República, é o presidente da República que precisa da Câmara”, pontuou.
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