

As contas das empresas estatais federais brasileiras devem fechar o ano com o maior déficit em 15 anos. De janeiro a agosto, o rombo chegou a R$ 3,3 bilhões e a previsão é que aumente até o final do ano para 3,7 bilhões. As informações são do Jornal Nacional.
Em 2009, o valor era de 3,8 bilhões. Em 2018, o governo de Michel Temer colocou R$ 5 bilhões no caixa dessas empresas e em 2019, o governo de Jair Bolsonaro injetou R$ 10 bilhões. No ano passado, o resultado voltou a ser negativo em R$ 700 milhões.
Os maiores déficits estão na Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), Empresa de Correios e Telégrafos, Emgea – de planejamento financeiro, Infraero e Dataprev – responsável pela tecnologia da informação do país, como processamento de folha de pagamento e benefícios do INSS.
O Ministério da Gestão e Inovação explicou que o déficit das estatais é explicado pelo aumento de investimentos como máquinas e tecnologia. A Emgepron disse que o déficit não corresponde a prejuízo contábil e que a maior parte é resultado de gastos com a construção de navios para a Marinha.
Os Correios afirmaram que o déficit foi herdado do governo anterior, mas que foram feitos investimentos de cerca de R$ 2 bilhões para reconstruir a empresa. A EMGEA disse que tem disponibilidade para quitar as despesas.
A Infraero afirmou que o déficit é decorrente do uso de recursos próprios, disponíveis em caixa, para a transferência dos aeroportos da sétima rodada de concessões. A Dataprev disse que mantém níveis altos de liquidez.
Rafa Neddemeyer/Agência Brasil