

Os policiais militares Walter Alves Brabo Júnior e Bruna de França Rocha, expulsos da corporação em outubro de 2023, foram condenados na última segunda-feira (1º) pela Justiça de Alagoas por corrupção passiva. Eles são acusados de cobrar pagamento em dinheiro vivo ou via Pix para não punir condutores flagrados em irreguladridades de trânsito. Cabe recurso da decisão.
Ambos eram lotados no Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) e foram presos em 2021 em uma operação do Ministério Público Estadual (MP-AL), com apoio da Polícia Militar, para coibir o esquema de propina.
Segundo as investigações, Walter, cabo da PM, era o chefe da organização criminosa, da qual a soldado Bruna também fazia parte. Transferências bancárias realizadas por meio de Pix eram feitas para “uma conta aberta somente para este fim, incorrendo, em tese, nos crimes de corrupção passiva e lavagem de capitais”.
Conforme os autos do processo, os militares abordavam os motoristas de forma aleatória e cobravam propina quando encontravam alguma irregularidade definida pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). O pagamento poderia ser feito em dinheiro, via Pix ou até em outros bens como cervejas, gás de cozinha e outros. Quem o fizesse, não teria multa aplicada, Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou o próprio veiculo recolhido.
Trocas de mensagens, áudios transcritos e ligações telefônicas feitas pelos acusados ameçando as vítimas foram cruciais para materializar o crime. Após recolher a propina, o dinheiro era repartido de forma igual entre os militares.
O cabo foi condenado a três anos, sete meses e dezessete dias de reclusão em regime aberto. Já a soldado foi condenada a dois anos, oito meses e vinte dias de reclusão em regime aberto. Os dois foram absolvidos dos crimes de lavagem de dinheiro e de organização criminosa.
Outras duas pessoas também foram alvos de denúncias pelo Ministério Público. O cabo Lailson Ferreira Gomes foi absolvido. Um quarto envolvido, que não é militar, mas fazia parte do esquema como sendo o titular da conta onde o dinheiro era depositado, teve o processo contra ele desmembrado.
Divulgação/PM-AL