

As mudanças no Pix estabelecidas pelo Banco Central (BC) completaram um mês no último domingo, 1º de dezembro. Após um período de frequentes denúncias relacionadas a golpes com a ferramenta — de janeiro a maio, o órgão federal recebeu cerca de 1,7 milhão de pedidos de devolução por suspeita de fraudes —, as medidas asseguram a contínua ascensão do serviço de pagamento instantâneo.
Entre as alterações, houve a limitação de aparelhos tecnológicos para transações por Pix. Se o usuário utilizar um dispositivo ainda não cadastrado para a operação – como trocar de celular ou computador – será necessário registrá-lo na instituição bancária. Caso contrário, cada transferência estará restringida a R$ 200, até alcançar o limite de R$ 1.000,00 por dia.
João Fraga, CEO da fintech Paag, enfatiza que a mudança no regulamento foi importante para a redução da incidência de fraudes em que agentes maliciosos obtêm dados sigilosos dos usuários. No golpe da falsa central telefônica, por exemplo, o criminoso finge ser um funcionário de um banco para extrair a informação de senha, com a qual ele realiza transações por Pix em qualquer dispositivo.
“As novas regras do PIX representam um avanço significativo na segurança das transações financeiras no Brasil. Elas visam proteger os usuários contra fraudes e abusos, tornando o sistema ainda mais seguro e transparente. A partir da validação de dados e a maior transparência nas transações, os consumidores terão mais confiança ao usar o PIX, sabendo que suas informações estão sendo protegidas de maneira eficiente. O impacto positivo dessas mudanças não se limita apenas à segurança, mas também contribui para a evolução contínua do sistema de pagamentos no país”, destaca João Fraga, CEO da fintech Paag.
O primeiro semestre de 2024 registrou R$ 29 bilhões de transações Pix, segundo levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O indíce representa uma alta de 61%, se comparado ao mesmo período de 2023. Abraçado pela população brasileira, ainda existem obstáculos para uma completa confiabilidade ao mecanismo. Em 26 de novembro, o BC confirmou o vazamento de dados de 1.378 chaves Pix.
As novas medidas pavimentam um caminho para o lançamento bem sucedido do Pix Automático, previsto para 16 de junho de 2025. A modalidade permite que o usuário faça transações sem utilizar o aplicativo do banco. Portanto, é importante que o BC, em conjunto aos especialistas em segurança e às instituições financeiras, assegure o bom regimento das mudanças.
“O estabelecimento do Pix Automático envolve uma série de passos fundamentais, que começam com a criação de uma infraestrutura tecnológica robusta e integrada entre os diversos atores do sistema financeiro, como bancos, fintechs e o Banco Central. A regulamentação clara e eficiente será essencial para garantir que a nova funcionalidade seja segura e possa ser usada por todos os perfis de consumidores, sem riscos de fraudes ou erros operacionais. Além disso, a adaptação das instituições para processar pagamentos automáticos de forma contínua exige investimentos em tecnologia e treinamento. A conscientização e a educação financeira também são peças-chave, pois o sucesso do Pix Automático dependerá da confiança dos usuários. Por fim, uma fase de testes e ajustes é imprescindível para que a implementação ocorra de forma fluida, garantindo a experiência positiva para os usuários em todo o país”, aconselha Fraga.
As alterações no Pix estabelecidas pelo Banco Central representam um passo importante para fortalecer a infraestrutura do sistema de pagamento brasileiro. Embora as novas medidas possam gerar alguns desafios iniciais, os benefícios em termos de segurança e conveniência são claros. Referência internacional, espera-se que o serviço contribua para a modernização das instituições financeiras do país.
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