

Na expectativa pela divulgação da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo envolvimento em um plano golpista, aliados de Jair Bolsonaro estão atentos a um outro caso que, na avaliação do grupo, pode ser o “termômetro” para o julgamento contra o ex-presidente. A informação é da coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo.
De acordo com a publicação, o entorno de Bolsonaro acompanha com atenção o desfecho das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Para integrantes do PL, o caso, que também tem o ministro Alexandre de Moraes como relator, tem pontos em comum com o do ex-presidente. Por isso, a análise é que o resultado pode indicar o destino de Bolsonaro.
Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal (PF) em novembro do ano passado por conta da intentona golpista para impedir a posse de Lula.
O julgamento do caso Marielle ainda não tem data definida. No entanto, a expectativa é de que um desfecho aconteça antes do de Bolsonaro.
Um dos pontos em comum entre os dois casos é que em ambos houve colaborações premiadas que tiveram papel-chave para fundamentar as investigações. No caso de Marielle, a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, na trama golpista, o acordo firmado pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, com a Polícia Federal.
Para aliados do ex-presidente, a análise do STF sobre a delação de Ronnie Lessa vai dar “pistas” sobre a avaliação dos membros da Corte sobre os depoimentos de Mauro Cid. De acordo com a PF, nos dois casos, as delações destravaram as investigações.
Outro ponto em comum entre os casos é a atuação do relator dos dois casos, Alexandre de Moraes. O ministro vem dando celeridade às investigações do homicídio de Marielle, o que vem fazendo com que aliados de Bolsonaro acreditem que pode acontecer o mesmo no caso envolvendo o ex-presidente.
O terceiro ponto do caso Marielle vem sendo observado por bolsonaristas: é o perfil da Primeira Turma do STF, formada por Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin Martins e Flávio Dino.
Em junho do ano passado, o colegiado aceitou por unanimidade a denúncia apresentada pela PGR contra o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa. Os três são apontados como os mandantes do assassinato de Marielle.
Divulgação e Agência Brasil