

A Caramuru Alimentos vai revisar suas finanças após suspeitas de pagamento de propina por funcionários e um representante da Receita Federal. De acordo com o portal Globo Rural, a empresa — especializada na produção de grãos e destaque em produtos como farelos, lecitina e glicerina — identificou um desvio de R$ 6,2 milhões entre 2014 e 2017.
O presidente do conselho de administração da Caramuru, Gustavo Loyola, informou que o caso veio à tona após uma denúncia anônima. “Assim que o conselho recebeu a denúncia, contratamos a Deloitte, criamos um comitê independente de auditoria, com a consultoria da PwC e o escritório de advogados Maeda, Ayres & Sarubbi. Finalizamos o processo de investigação em dezembro e constatamos irregularidades cometidas por funcionários, que tomaram decisões inadequadas antes do aprimoramento de nossas políticas de governança”, disse, segundo a reportagem.
A empresa afirmou, em documento, que “o comitê independente manteve reuniões periódicas com o conselho de administração e o comitê de auditoria, reportando achados preliminares e apresentando recomendações”.
Além disso, confirmou que houve “interações de colaboradores da Caramuru com um agente público da Receita Federal, supostamente para reduzir valores de autos de infração relacionados a fiscalizações tributárias ocorridas entre 2014 e 2017”. Os envolvidos foram afastados, mas suas identidades foram mantidas em sigilo.
A auditoria dos balanços da empresa era realizada pela Deloitte Touche Tohmatsu. No entanto, após as denúncias, a Caramuru decidiu que, desde 31 de dezembro de 2024, a função passaria a ser exercida pela Ernst & Young. A companhia capta recursos por meio de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e possui cerca de R$ 2,5 bilhões em caixa.
“Estamos preparados para o IPO e queremos provar isso com as políticas de governança que estamos implementando, como o comitê de auditoria e o acompanhamento das investigações”, afirmou a empresa, segundo o Globo Rural.
Divulgação / Caramuru