

A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) realiza nesta quinta-feira (20) uma audiência pública para debater a qualidade dos serviços prestados pela Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba) na região Oeste da Bahia.
Proposta pelo deputado Robinson Almeida (PT), a reunião deve contar com autoridades e representantes do setor produtivo e tem como objetivo debater soluções para os problemas na distribuição de energia elétrica.
De acordo com a advogada Cristiana Américo, representante dos agricultores da região oeste, a classe está sofrendo há décadas com o suprimento energético, que tem se mostrado insuficiente nos planos de expansão da distribuidora de energia, principalmente com graves transgressões à qualidade do serviço público prestado.
“Os níveis de tensão ofertados aos grandes consumidores, aqueles que estão no grupo A, que recebem energia em alta tensão, são caóticos e totalmente dissociados dos padrões regulatórios estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)”, disse a advogada ao BNews, ressaltando que os problemas acontecem desde 2023.
“Estamos mensalmente notificando a distribuidora da existência dessas transgressões e recebendo reiteradas respostas negativas da distribuidora em reconhecer a precariedade do serviço prestado, desacompanhado de qualquer tipo de prova técnica”, acrescentou.
Cristiana informou também que procurou a Anel há mais de um ano para cobrar fiscalização e cumprimento das determinações relacionadas à qualidade do nível de tensão e das variações permitidas. Segundo ela, a falta impacta no desenvolvimento da região, sobretudo em relação às perdas de produtividade e, na maioria das vezes, de safras inteiras.
Em relação às estimativas de perda, ela explica. “O que a gente tem apurado, até agora, nos consumidores que nós acompanhamos, é que só de ausência de devolução de DRP e DRC, que são as multas compensatórias por descumprimento dos níveis de qualidade, nós temos milhões de reais não pagos”.
“Se a gente for pensar nos lucros cessantes, ou seja, naquilo que esses agricultores deixaram de produzir, nós estamos falando de uma conta bilionária na região oeste da Bahia. Nós poderíamos ter três vezes a área irrigada, poderíamos ter um polo industrial têxtil, já que a gente produz um dos melhores algodões do mundo, e não temos, porque não há qualidade no fornecimento do serviço público prestado pela distribuidora da energia”, concluiu.
BNews / Devid Santana