

Condenado pela morte dos pais de Suzane von Richthofen, Cristian Cravinhos foi solto no início deste mês após 22 anos preso e vai cumprir o restante da pena fora da prisão, conforme autorização do Tribunal de Justiça de São Paulo. De acordo com informações do jornal Correio, ele disse que participou do crime pois teve dificuldade de negar um pedido. “Até hoje tenho dificuldade de dizer ‘não’”.
Ao relembrar o assassinato que aconteceu em 2002, Cravinhos disse que teria uma outra posição. “Se o tempo voltasse, eu diria ‘não’. Mas não sei responder […] Fui tomado pelo desespero e não soube dizer ‘não'”, disse, segundo a reportagem. “Tem certas palavras que não consigo falar sem me emocionar”, continuou.
Cristian foi condenado por 42 anos de prisão, sendo 38 por assassinato e 4 por corrupção ativa. No entanto, cumpriu apenas 22 anos e 4 meses. Diferente do irmão Daniel, que resolveu retirar o sobrenome ‘Cravinhos’, ele explicou o porque decidiu manter. “Vou honrar meu sobrenome até o final. Caí com esse nome e vou me levantar com ele”, contou, segundo o jornal Correio.
Fora da prisão
Fora da prisão, Cristian ressaltou que enfrenta a rejeição dos filhos. O mais velho, de 27 anos, visitou o pai durante a prisão e questionou o porquê do assassinato. “Pai, por que você matou?”, lembra Cravinhos, que disse ter caído no choro em seguida.
Depois, o jovem optou por tirar o nome do pai dos documentos. Ainda assim, Cristian disse que reconhece o menino como seu herdeiro e vai mantê-lo em seu testamento.
Já a mais nova, de 14 anos, que chegou a fazer visitas ao pai e acreditar que ele era um agricultor que dirigia trator, deixou de ter contato com ele quando descobriu do passado. “Mandei uma mensagem assim que saí. Ela visualizou, mas não respondeu. Isso dói muito”, concluiu Christian, segundo a reportagem.
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