

A cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que pichou a estátua da Justiça em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), nos atos de 8 de janeiro de 2023, disse em depoimento que não invadiu nenhum prédio e que sua presença se restringiu à Praça dos Três Poderes.
“Quando me deparei lá em Brasília com o movimento, eu não fazia ideia do bem [valor] financeiro e simbólico da estátua. Quando eu estava lá já tinha uma pessoa fazendo a pichação. Faltou talvez um pouco de malícia da minha parte, porque ele começou a escrita e falou assim: ‘Eu tenho a letra muito feia, moça, você pode me ajudar a escrever?’. E aí eu continuei fazendo a escrita da frase dita pelo ministro [Luís Roberto] Barroso”, disse ao juiz auxiliar do gabinete de Moraes, Rafael Henrique Tamai Rocha.
Ela disse que agiu sem pleno domínio de suas faculdades mentais e no ” calor da situação”. Débora pediu perdão pelo episódio que a levou à prisão e disse que nunca mais o repetirá.
“Lembro que uma semana antes meu filho fez uma pergunta coincidentemente sobre escrita em muro e eu falei ‘isso é ilegal, isso não se faz, porque é uma poluição visual’, e eu fiz todo um texto para ele sobre isso, e eu não sei o que aconteceu comigo naquele dado momento, pelo calor da situação, de cometer esse ato [a pichação]. Eu me arrependo muito, muitíssimo, e eu jamais faria isso em sã consciência. O calor do momento alterou minhas faculdades mentais”, continuou.
O julgamento de Débora pela Primeira Turma do Supremo começou na última sexta-feira (21). O ministro-relator Alexandre de Moraes votou pela condenação a 14 anos de prisão. Flávio Dino acompanhou o relator. No entanto, o ministro Luiz Fux pediu vista na última segunda-feira (24) e durante o julgamento da suposta trama golpista, na última quarta-feira (26), Fux disse que vai sugerir uma revisão da pena.
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