

Ovário, pâncreas, esôfago, laringe, fígado, próstata e pulmão. Esses são apenas alguns dos mais de 100 tipos de câncer que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, a doença provoca, em média, 698 mortes por dia, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Nesta terça-feira (8), o Dia Mundial de Luta Contra o Câncer alerta para a gravidade do problema e reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.
A condição, também conhecida como neoplasia, neoformação, neoplasma, neoplastia ou tumor, refere-se à proliferação desordenada e anormal de células em tecidos ou órgãos. Ela pode ser classificada como benigna — de crescimento lento e organizado — ou maligna, com evolução rápida e desorganizada das células. O Inca estima que, somente em 2025, mais de 700 mil novos casos de câncer são esperados no país.
Na Bahia, o Centro Estadual de Oncologia (Cican), localizado no bairro de Brotas, em Salvador, é referência no tratamento da doença pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com mais de 50 anos de serviços prestados à população baiana, o centro oferece uma gama de serviços que inclui psicologia, fisioterapia, odontologia e nutrição voltadas ao paciente oncológico acompanhado.

De acordo com Ana Cátia Menezes, diretora do Cican, os tipos de câncer mais comuns entre os pacientes atendidos pelo centro são o de mama, entre as mulheres, e o de próstata, entre os homens. Somente entre os dias 1º a 31 de março deste ano, a unidade realizou 139.232 atendimentos, entre procedimentos, consultas e exames.
A sede da capital baiana, inaugurada em 12 de junho de 1992, foi idealizada por sua primeira diretora, a médica Ilsa Prudente. Anteriormente, o Cican funcionava no Rio Vermelho e só atendia a mulheres portadoras de câncer ginecológico.
Desde então, segundo Ana Cátia, o centro passou por grandes avanços para proporcionar um melhor atendimento. Entre eles, estão a ampliação do corpo médico, a criação de protocolos de acessibilidade, a implementação de um novo fluxo operacional e a aquisição de um equipamento para a realização do exame de PSA (Antígeno Prostático Específico), que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata, ajudando no rastreamento do câncer.
Causas, tratamento e prevenção
A diversidade dos tipos de câncer dificulta a identificação de uma causa única para a doença. Fatores internos e externos ao organismo contribuem para o desenvolvimento de células cancerígenas — desde questões ambientais, hábitos e costumes da pessoa, até predisposição genética.
Alguns fatores de risco, como tabagismo, obesidade, doenças cardiovasculares e respiratórias, podem estar diretamente relacionados à origem do câncer.
O tratamento da doença pode envolver uma ou várias modalidades/técnicas de tratamento combinadas. De acordo com o Ministério da Saúde, a principal delas é a cirurgia oncológica, que pode ser empregada em conjunto com radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea, conforme cada caso. O método mais adequado é definido pelo médico, levando em conta a localização e o tipo do câncer, a condição clínica do paciente e a extensão da doença.
A radioterapia, por exemplo, utiliza radiações para destruir um tumor ou impedir que suas células aumentem. O paciente não sente nada durante a aplicação e o método pode ser usado em combinação com a quimioterapia ou outros recursos usados no tratamento dos tumores, como as cirurgias oncológicas.
Já a quimioterapia utiliza medicamentos para destruir as células doentes que formam um tumor. Eles se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes que estão formando o tumor e impedindo, também, que elas se espalhem pelo corpo.
Confira ações que ajudam a prevenir o câncer:
- Não fume!
Essa é a regra mais importante para prevenir o câncer, principalmente os de pulmão, cavidade oral, laringe, faringe e esôfago. Ao fumar, são liberadas no ambiente mais de 4.700 substâncias tóxicas e cancerígenas que são inaladas por fumantes e não fumantes. Parar de fumar e de poluir o ambiente é fundamental para a prevenção do câncer.
- Alimentação saudável protege contra o câncer
A alimentação deve ser variada, equilibrada, saborosa, respeitar a cultura e proporcionar prazer e saúde. Frutas, legumes, verduras, cereais integrais e feijões são os principais alimentos protetores. Comer esses alimentos diariamente pode evitar o desenvolvimento de câncer.
- Mantenha o peso corporal adequado
Estar acima do peso aumenta as chances de desenvolver câncer. Por isso, é importante controlar o peso por meio de uma boa alimentação e manter-se ativo. Cerca de um terço de todos os casos de câncer podem ser evitados com alimentação saudável, manutenção de peso corporal adequado e exercícios físicos.
- Pratique atividades físicas diariamente
A atividade física consiste na iniciativa de se movimentar, de acordo com a rotina de cada um. Você pode, por exemplo, caminhar, dançar, trocar o elevador pelas escadas, levar o cachorro para passear, cuidar da casa ou do jardim.
- Amamente
O aleitamento materno é a primeira alimentação saudável. A amamentação exclusiva até os seis meses de vida protege as mães contra o câncer de mama e as crianças contra a obesidade infantil. A partir de então, deve-se complementar a amamentação com outros alimentos saudáveis até os dois anos ou mais.
- Mulheres entre 25 e 64 anos devem fazer um exame preventivo ginecológico a cada três anos
As alterações das células do útero são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou), e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização periódica deste exame. Tão importante quanto fazer o exame é saber o resultado e seguir as orientações médicas.
- Evite a ingestão de bebidas alcoólicas
Seu consumo, em qualquer quantidade, contribui para o risco de desenvolver câncer. Além disso, combinar bebidas alcoólicas com o tabaco aumenta a possibilidade do surgimento da doença.
- Exposição ao sol
Evite a exposição ao sol entre 10h e 16h, e use sempre proteção adequada, como chapéu, barraca e protetor solar, inclusive nos lábios. Se for inevitável a exposição ao sol durante a jornada de trabalho, use chapéu de aba larga, camisa de manga longa e calça comprida.
- Vacine contra o HPV as meninas de 9 a 14 anos e os meninos de 11 a 14 anos
Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, desde 2014, a vacina contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. A vacinação e o exame preventivo (Papanicolaou) se complementam como ações de prevenção do câncer do colo do útero. Mesmo as mulheres vacinadas, quando chegarem aos 25 anos, deverão fazer um exame preventivo a cada três anos, pois a vacina não protege contra todos os subtipos do HPV.
Divulgação/Sesab