

A secretária nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, foi gravada por um ex-aliado cobrando dele que recursos públicos de um projeto de capacitação profissional de jovens fossem desviados para a campanha eleitoral dela, em 2024.
O projeto em questão, assinado em setembro de 2024 com o MTE, prevê o repasse de R$ 1,2 milhão ao Iaja para oferecer cursos de qualificação a 750 estudantes da Amazônia.
“Eu preciso de dinheiro. Estamos prestes a ganhar essa eleição, só que a gente precisa saber como a gente vai fazer isso”. Ela questiona os valores destinados a salários de coordenadores e insiste que o montante da primeira parcela seja liberado rapidamente para sua campanha. “Esse dinheiro já pode ser recebido? Então vamos acelerar isso aí que isso já me ajuda muito. Eu tô contando os centavos disso aqui”, afirma.
Marcos Rodrigues, que gravou o diálogo, responde que não poderia desviar todo o valor, pois parte já havia sido usada no projeto.
“Eu só preciso agora. O momento que eu mais preciso da minha vida inteira é agora. Se já pode pagar, já paga”. Mais adiante, ela revela o desespero financeiro da campanha: “Eu já estou devendo 1 milhão e 100 mil dessa eleição, do tamanho que tá”, disse Ane.
Rodrigues promete que o dinheiro seria depositado em poucos dias, mas afirma que não chegou a transferi-lo após descobrir um suposto “golpe” para afastá-lo do comando da ONG.
O Ministério do Trabalho, comandado por Luiz Marinho (PT), reagiu ao escândalo suspendendo novos repasses ao Iaja e cobrando esclarecimentos da organização.
Em nota, a pasta informou que aguarda “a apuração e análise das informações” antes de retomar o envio de recursos.
Anne Moura nega qualquer irregularidade, alegando que as gravações foram manipuladas por Rodrigues para “macular sua imagem” em uma campanha de difamação.
“Jamais pratiquei qualquer ilegalidade. Estou adotando todas as medidas jurídicas cabíveis para responsabilizar os envolvidos”, declarou.
Reprodução/Instagram @annemoura