

A Concessionária Ponte Salvador – Ilha de Itaparica (CPSI) se manifestou após a instauração de um inquérito por parte do Ministério Público Federal (MPF) para apuração de possíveis impactos ambientais no bioma da região relacionados à construção do empreendimento. O caso foi revelado com exclusividade pelo BNews e se baseia em riscos relacionados à saúde e bem-estar da população e à preservação da fauna e flora na região.
De acordo com a concessionária, a notificação aconteceu ainda durante a tarde de sexta-feira (25). “No tocante ao Inquérito instaurado, a CPSI esclarece que já solicitou ao MPF cópia dos autos, mas até o presente momento não obteve retorno. A CPSI permanece à disposição das autoridades e da sociedade para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários, convicta de que está desenvolvendo um trabalho que vai muito além das exigências legais”, diz o grupo, em nota enviada ao BNews.
A concessionária aponta ainda a relevância da construção para o estado. “O novo sistema rodoviário é muito mais do que uma alteração na forma de deslocamento na Bahia, é um incremento direto na economia de mais de 250 municípios, e que beneficiará mais de 70% da população baiana, mudando a realidade socioeconômica”, descreve.
“Trata-se de um projeto que irá aperfeiçoar a logística, facilitando o transporte de cargas e pessoas, reduzindo custos e diminuindo o tempo de deslocamento, aumentando a competitividade do Estado, criando novos corredores logísticos, melhorando os índices de produtividade por meio da oferta de infraestrutura de transportes integrada, moderna, segura e eficiente, gerando, portanto, um círculo virtuoso no desenvolvimento da economia baiana”, acrescenta a CPSI.
A decisão do MPF de abrir o inquérito ocorre semanas após a finalização dos trabalhos de sondagem em águas profundas na Baía de Todos-os-Santos. Essa etapa consiste na investigação e confirmação da geologia do terreno para elaboração do projeto técnico, definição da profundidade dos pilares e o início das obras da ponte.
Entenda o inquérito
O BNews obteve acesso à documentação do MPF, assinada pela procuradora Vanessa Gomes Previtera. O Ministério Público Federal suspeita que as obras da ponte tenham potencial para criar condições adversas às atividades sociais e econômicas, afetar as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente e gerar matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que o MPF investiga a construção da Ponte Salvador-Itaparica. Em julho de 2019, o órgão solicitou à Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), informações atualizadas sobre a licitação para a construção da ponte, inclusive, com cópia do projeto básico.
BNews.