

Uma estudante bolsista do 9º ano no Colégio Presbiteriano Mackenzie, em São Paulo, foi internada em um hospital público após ser vítima de racismo e homofobia por colegas. A adolescente de 15 anos foi encontrada desacordada no banheiro da escola, na última terça-feira (29), com um fio amarrado no pescoço e um saco plástico na cabeça, em um ato contra a própria vida. A informação é do Metrópoles.
A advogada Réa Sylvia, que defende a família adolescente, revelou que a menina sofre ataques racistas e homofóbicos desde que entrou no colégio, no ano passado. Ela era chamada, entre outros termos, de “cigarro queimado”, “lésbica preta” e “cabelo nojento”.
Recentemente, na tentativa de ser aceita em um grupo, a menina foi obrigada a beijar um garoto no banheiro da escola enquanto a cena era gravada. As colegas, no entanto, ameaçaram divulgar o vídeo nas redes sociais.
Ainda de acordo com a defesa, a escola tinha conhecimento do caso e a mãe da adolescente chegou a escrever e-mails denunciando, mas nada foi feito.
A intenção é judicializar a situação, pedindo para que o Colégio Mackenzie custeie um hospital particular para a jovem, que foi levada para a Santa Casa de São Paulo e pode ser transferida para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), o que não é o desejo da família.
“Ela está numa ala de adultos, um quarto coletivo, e já presenciou o óbito de uma senhora. Levando ela para o CAPS, ela vai estar exposta a muito mais danos psicológicos. Ela precisa de assistência médica. A mãe é autônoma, não tem condições de custear um psiquiatra”, diz a advogada.
Ao Metrópoles, o Colégio Mackenzie disse que foi “surpreendido” com uma aluna do 9º ano que foi encontrada precisando de auxílio no banheiro, e que não é possível afirmar quais foram as causas do evento. Afirmou ainda que “o contato e o apoio à família têm sido contínuos”, ao contrário do que alega a advogada da família da estudante.
A instituição de ensino disse, por fim, que o caso é investigado. “Internamente, estamos apurando todas as informações que possam elucidar a ocorrência. A aluna será ouvida assim que estiver em condições de se pronunciar no ambiente pedagógico”, finalizou.
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