

A proposta da Câmara dos Deputados, que se coloca como uma alternativa a anistia aos envolvidos nos atos golpistas, não vem agradando o governo federal. A informação é da coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo.
O projeto conta com o apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), e visa reduzir as penas dos condenados pelo 8 de janeiro. No entanto, a proposta vem encarando resistência no Palácio do Planalto, especialmente por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vem se colocando contra qualquer tipo de anistia e vê a movimentação de Alcolumbre como uma forma de ‘criar dificuldade para vender facilidade’.
De acordo com a publicação, Lula não vem escondendo a irritação com o projeto, considerado por ele como uma forma de “passar pano” para os manifestantes que se envolveram nos atos golpistas. O entorno do presidente entende que a proposta será usada mais como um “instrumento de chantagem e pressão de Alcolumbre”.
Um interlocutor de Lula avalia que a proposta acaba desgastando o presidente e que o julgamento dos envolvidos nos atos golpistas são “um problema que o Supremo Tribunal Federal criou, e que o próprio sistema de Justiça tem a condição de resolver, não é o Parlamento.”
Ainda segundo a colunista, Alcolumbre tem dito a aliados de Lula que o projeto ainda está sendo elaborado por um grupo de senadores e tem como objetivo esvaziar o projeto de lei da anistia, que vem sendo defendido pela bancada bolsonarista no Congresso. A proposta visa aumentar a penas dos organizadores dos atos golpistas e diminuir a condenação de quem é considerado “massa de manobra” no episódio.
A iniciativa é aprovada por membros da bancada governista no Senado, mas enfrenta resistência do presidente e de ministros do governo Lula – especialmente entre os mais ligados ao PT.
Ricardo Stuckert/PR