

Murilo Benício revelou um dos maiores desafios da sua carreira: interpretar irmãos gêmeos na novela O Clone, de 2001. Em entrevista ao programa Alt Tabet, do Canal UOL, o ator contou que a experiência foi tão intensa que ele chegou a chorar sozinho em casa por causa do cansaço.
“Não era nada relacionado à composição, a como eu atuava, era o grau de cansaço que eu sentia. Eu chorava de cansaço em casa, porque fazia um lado e o outro, e isso exigia muito física e emocionalmente. Era uma novela grande, a gente sempre estourava horário”, explicou.
Gravar cenas duplas exigia uma entrega em dobro, e Murilo confessou que isso afetava bastante sua energia e saúde emocional.
Além dos gêmeos Lucas e Diogo, o ator também interpreta o clone Léo, criado pelo doutor Albieri (Juca de Oliveira).
Mas a criatividade do ator não para na frente das câmeras. Ícone da teledramaturgia brasileira, ele também se aventura na direção e revelou que ama trabalhar por trás das lentes. “Amei ser diretor porque pude oferecer minha relação com os atores, algo que no mercado é raríssimo, diretor que sabe falar com atores, e eu ocupei esse lugar com habilidade, porque sei o que a pessoa está pensando”, contou.
“Nunca passou pela minha cabeça esse título de galã”, explicou. Ele lembrou que, para fugir dessa imagem, fez escolhas que desconstruíram o estereótipo, como no personagem de Chocolate com Pimenta (2003), onde usou uma voz desafinada e criou cenas em que o personagem era covarde.
Quando o assunto é dinheiro, o ator revelou que o cachê fica por último na lista de prioridades. “Tem filmes que eu fiz por um quinto do que eu pediria, mas que são legais de fazer”, disse, citando o longa O Animal Cordial (2018) como um exemplo de projeto que abraçou pelo roteiro e pelo desafio.
Lançada em 2001, O Clone se tornou um fenômeno da teledramaturgia brasileira, conquistando público dentro e fora do país. A novela abordou temas inovadores para a época, como clonagem humana, diferenças culturais e a dependência química.
Reprodução TV Globo/X