

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin deu detalhes sobre o grupo autointitulado Comando C4 – “Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos”, suspeito de cobrar taxas para taxas para espionar e assassinar autoridades, incluindo ministros do STF. Os nomes de Zanin e de Alexandre de Moraes aparecem em anotações apreendidas pela Polícia Federal na última quarta-feira (28).
Segundo o ministro, o grupo recebeu “treinamento militar especializado” e tem “letalidade potencial imensurável”, além de existirem indícios de que as atividades do grupo “perdurem até os dias atuais”. As declarações estão presentes em uma decisão divulgada nesta quinta-feira (29), que decretou a prisão preventiva de cinco alvos no âmbito da sétima fase da Operação Sisamnes, deflagrada nesta quarta-feira (28).
“A letalidade potencial da organização é imensurável, dada sua elevada capacidade operacional e bélica, notadamente porque integrada por agentes que pertencem ou pertenceram às Forças Armadas e que receberam treinamento militar especializado”, escreveu Zanin, na decisão.
“Assim, a hipótese criminal se reveste de gravidade extrema, a justificar resposta imediata desta Suprema Corte”, completou.
Entre os suspeitos de integrarem o “Comando C4” estão um coronel e um sargento da reserva do Exército, um atirador que confessou ter matado o advogado Roberto Zampieri. Por conta do assassinato, a Polícia Federal e a Polícia Civil do Mato Grosso chegaram ao suposto grupo de extermínio e também a um suposto esquema de corrupção envolvendo juízes do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e assessores do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Zanin disse ainda que, após analisar as provas levantadas pelos investigadores, foram encontrados registros de outras vítimas de homicídio no celular de um dos alvos da Operação. Além disso, foi encontrado um áudio sobre a existência de “futuras missões” que haveria “valor a parte para mim, desse trabalho que eu realizo”.
“Há, ainda, nos celulares apreendidos registros fotográficos, diálogos sugestivos de monitoramento da vítima e mensagem informando ‘missão cumprida'”, descreveu.
Gustavo Moreno/SCO/STF