

para prefeituras comandadas por parentes – pais, irmãos e esposas. Um levantamento realizado pelo portal Metrópoles com dados do orçamento de 2024, tornados públicos por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), revela que o montante enviado a esses redutos ultrapassa os R$ 277 milhões em valores empenhados — dos quais R$ 163 milhões foram efetivamente pagos pelo governo federal.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), por exemplo, mandou mais de R$ 22 milhões via comissões de Saúde e Turismo da Câmara. Desse recurso cerca de R$ 5 milhões foram pagos à cidade de Patos (PB). O município é governado pelo pai dele, Nabor Wanderley (Republicanos).
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) enviou de mais de R$ 10 milhões à cidade de Barra de São Miguel (AL), que, à época, era governada pelo pai dele, Benedito de Lira. Desse recurso, o Executivo pagou R$ 2,5 milhões.
O deputado federal licenciado e ministro André Fufuca (PP-MA) também destinou R$ 1,4 milhão à cidade então governada pelo pai, Alto Alegre do Pindaré (MA). O valor foi empenhado, mas não chegou a ser pago.
Em nota, Fufuca disse que “a eleição, por voto direto, de duas pessoas da mesma família não deve ser usada como argumento para prejudicar a população de um município, negando-lhe acesso a recursos federais”. Ele também lembrou “que, desde seu primeiro mandato, o então deputado sempre destinou recursos à cidade, com foco no desenvolvimento e no bem-estar da população”. A reportagem do Metrópoles entrou em contato com os outros deputados citados, mas não houve retorno até o momento da publicação.
Antônio Cruz/Agência Brasil