

O aquecimento global, causado pelo descaso das ações humanas com o meio ambiente, tem feito com que o planeta Terra passe por fenômenos que nunca antes haviam acontecido, como as enchetes registradas no Rio Grande do Sul e na região sul da Bahia, no primeiro semestre de 2024.
Diante dessa realidade, novas soluções precisam ser pensadas, principalmente para que a população seja capaz de suportar as consequências das mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global. Esse cenário foi explicado pelo especialista em clima do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Danilo Moura, em entrevista ao projeto BNews Junho Verde.
“Você precisa construir estratégias para adaptar os serviços essenciais, as cidades, as comunidades, para o novo clima. Ou seja, você precisa pensar como é que você garante que os seus serviços de saúde, de educação, de assistência social vão continuar funcionando em qualquer situação, inclusive em situações que antes não existiam”, disse Danilo.
O que choveu no Rio Grande do Sul no ano passado, entre abril e maio, não é um fenômeno que acontecia, mas aconteceu no ano passado e vai acontecer de novo. O que aconteceu no sul da Bahia há dois anos não era uma quantidade de chuva normal para cair num período de tempo tão curto, mas vai ser e a gente precisa estar preparado para lidar com isso”, completou.
Questionado sobre medidas capazes de minimizar esses problemas, o especialista do Unicef detalhou uma série de estratégias específicas para fortalecer essa adaptação. Danilo destaca que é necessário pensar, não somente no clima atual, mas no clima que a ciência está nos dizendo que vamos ter nos próximos 40 anos.
“Passa por mudar, treinar profissionais, mudar infraestrutura, pensar estratégias para manter os serviços funcionando em qualquer situação. Os planos de adaptação que vão ser desenvolvidos ou que já existem, precisam ser atualizados para levar em consideração o que as crianças e os adolescentes precisam. Importante a gente lembrar que as crianças e adolescentes têm necessidades e vulnerabilidades específicas e precisa haver uma estratégia específica para isso”, finalizou.
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