

O ato de coragem de um morador de Cajazeiras, em Salvador, chamou a atenção nas redes sociais. Popularmente conhecido como Big e agora adotando o codinome Arcanjo, o rapaz de 31 anos se alistou para a Guarda Nacional da Ucrânia e nos próximos meses estará atuando na guerra.
Formado em jornalismo, Big revelou que decidiu sair da comunicação para viver uma vocação maior. “Eu já fui militar no 6º Batalhão de Polícia do Exército no ano de 2012 e 2013, e sou jornalista de formação também, mas me senti sem vontade de atuar novamente no jornalismo. No fundo, no fundo sempre gostei do militarismo. E tem um amigo meu que já estava aqui na Ucrânia, a gente conversando eu decidi me alistar”, começou ele.
Ele destacou ainda que inicialmente iria para o Exército, mas optou por mudar o alistamento para a Guarda Nacional, que é semelhante a Força Nacional do Brasil. Arcanjo já está na Ucrânia e mesmo que a guerra acabe, permanecerá lá.
“Dentro de dois meses, no máximo três, eu estarei atuando na chamada linha 2, ou na linha 0, que ainda não é considerada linha de frente. São posições de defesa que vamos usar para sustentar a posição da Ucrânia e não deixar com que a Rússia avance”, esclareceu o militar.
Questionado sobre o medo, ele deixou claro que está preparado para o que acontecer. “Tô preparado para morrer, como eu estaria aí também em Salvador, né? O medo existe sim, claro, mas, não a covardia. A Ucrânia em guerra é um país mais seguro que o Brasil sem guerra nenhuma, entendeu? Nesse momento mesmo aqui eu estou andando em um parque onde a vida segue normal, as pessoas estão nas ruas trabalhando, as crianças jogam, as pessoas vão para a academia todos os dias e a guerra acontece”, declarou Big.
Em uma publicação que divulga a ida de Arcanjo para a Ucrânia, internautas deixaram alguns comentários negativos, mas o novo militar ucraniano afirmou que o foco está no propósito. “Eu foco realmente nos resultados que eu quero obter, que é conhecimento. Vou estar fazendo formação aqui, um módulo de engenharia e pilotagem de drone, aderindo a essa nova tecnologia de guerra. Acredito que até o momento poucos ou quase nenhum brasileiro tenha formação em engenharia de drone, em pilotagem de drone com fins de guerra”, acrescentou.
Por fim, ele fez um pedido especial para a população. “Uma mensagem que eu queria deixar é que as pessoas valorizem mais as forças armadas porque em um caso de conflito é o exército que vai botar as caras nas trincheiras. Aqui até nós estrangeiros somos tratados como heróis, não tem diferença nenhuma no contrato de um nativo pra um estrangeiro aqui, recebemos a mesma coisa”, finalizou Big.
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