

A advogada Suzana Ferreira, de Goiânia, virou assunto nas redes sociais após ser condenada a 7 anos e 4 meses de prisão em regime semiaberto por declarações consideradas ofensivas contra o promotor de Justiça Milton Marcolino dos Santos Júnior. A decisão da 1ª Vara Criminal de Aparecida de Goiânia também inclui o pagamento de R$ 30 mil de indenização por danos morais. A defesa já recorreu da sentença, e a magistrada responde em liberdade.
Conhecida no ambiente digital por abordar casos jurídicos inusitados — como pedidos de guarda compartilhada de bonecas reborn — Suzana ganhou projeção nas redes sociais ao compartilhar experiências do cotidiano jurídico com linguagem acessível.
Em maio deste ano, ela contou que recusou ingressar com uma ação de guarda de uma boneca hiper-realista, solicitada por uma cliente. “É um objeto inanimado”, justificou. No entanto, aceitou entrar com uma ação para disputa da administração do perfil da boneca no Instagram, que gera receita ao ex-casal.
O caso com o promotor
A condenação está relacionada a falas feitas em 2021 durante um podcast, no qual Suzana narra situações do início da sua carreira. Sem mencionar nomes diretamente, ela afirmou ter sofrido assédio durante uma audiência e se referiu ao promotor como “meio moreninho”. A acusação aponta que, mesmo sem citar nominalmente, era possível identificar que se tratava de Milton Marcolino, então o único promotor da comarca com atuação em crimes contra a vida.
Durante o relato, Ferreira também acusou o promotor de manter um cliente preso injustamente por dois anos e de perseguição processual. “No dia do júri, ele mesmo pediu a absolvição. Eu disse: ‘Você m anteve ele preso por quê, capeta?’”, contou.
Críticas ao Judiciário
Suzana não se mostrou surpresa com a sentença. Em vídeo publicado após a decisão, ela classificou o julgamento como “parcial”, já que o processo foi analisado na mesma comarca onde atua o promotor envolvido no caso. “Esperava até regime fechado, pelo que vi na instrução. Agora, com o recurso em outra comarca, acredito na imparcialidade”, declarou.
Atualmente, Suzana Ferreira continua ativa nas redes sociais, onde também faz críticas ao excesso de judicialização de questões não previstas em lei, como a popularidade das bonecas reborn. Para ela, situações como essas podem representar um desafio crescente ao Judiciário.