

Levantamento feito pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) aponta São Paulo como o estado mais afetado pela tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
De acordo com informações do Estadão, a megalópole liderou o volume e o faturamento das exportações brasileiras, contabilizando uma média de US$ 13,5 bilhões, dos US$ 40,3 bilhões da receita de 2024.
O principal produto da exportação paulista foi as aeronaves produzidas na região do Vale do Paraíba pela Embraer. Depois seguiu com equipamentos de engenharia civil e suco de frutas. O ranking foi ocupado, em seguida, pelo Rio de Janeiro (US$ 7,2 bilhões), com destaque para óleos brutos de petróleo e produtos semi-acabados de ferro e aço; e Minas Gerais (US$ 4,6 bilhões), com café não torrado, ferro-gusa e tubos de ferro ou aço.
No geral, a região sudeste foi responsável por 70% das exportações ao EUA em 2024 e compôs 68% do volume de envio no primeiro trimestre do ano, com aumento de 4,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando US$ 20 bilhões.
“O Sudeste sofre impacto maior, até porque a indústria está concentrada na região, assim como o PIB brasileiro”, disse a sócia da Vallya Participações e pesquisadora sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Larissa Wachholz, na reportagem.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, ressalta o impacto que o estado vai ter em relação à taxação. “As novas tarifas devem impactar todas as exportações mineiras para os EUA, pois o patamar de 50% inviabiliza o comércio entre os dois países. Não há produto que suporte uma sobretaxa tão elevada”, disse, segundo a reportagem. “As commodities tendem a ter mais facilidade de redirecionamento no mercado internacional. O café cru, por exemplo, pode buscar outros mercados por conta de sua dimensão global, mas também será afetado, já que os EUA são o maior importador mundial de café, e o Brasil, o maior exportador”, continuou.
Já o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, afirmou que uma negociação bilateral beneficiaria os dois países. “É importante lembrar que os EUA têm relevante superávit com o Brasil não só na balança comercial, mas, ainda maior, também na balança de serviços. Desconhecer mais de 200 anos de excelentes relações internacionais e comerciais não atende a nenhum dos dois países”, relatou, conforme apontado pelo Estadão.
Confira os estados brasileiros mais afetados com a taxa de 50%:
- São Paulo – US$ 13,5 bilhões (33,6% do total);
- Rio de Janeiro – US$ 7,2 bilhões (17,9%);
- Minas Gerais – US$ 4,6 bilhões (11,4%);
- Espírito Santo – US$ 3,1 bilhões (7,6%);
- Rio Grande do Sul – US$ 1,8 bilhão (4,5%);
- Santa Catarina – US$ 1,7 bilhão (4,3%).
Divulgação