

A nova fase da Operação Overclean mira pessoas ligadas ao deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil), incluindo familiares e assessores. A ação conjunta foi deflagrada nesta quinta-feira (17) pela Polícia Federal, em colaboração com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal do Brasil (RFB).
A investigação tem como objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos provenientes de emendas parlamentares, corrupção e lavagem de dinheiro.
Conforme o BNews apurou, o prefeito de Campo Formoso, Elmo Nascimento (União Brasil), irmão de Elmar, e Francisquinho (União Brasil), vereador da cidade e primo do parlamentar, são alvos de buscas por parte da PF. São cumpridos mandados em Salvador, Campo Formoso, Brasília, Mata de São João, Juazeiro e Petrolina-PE. Francisquinho já havia sido alvo anteriormente e ficou marcado por tentar jogar dinheiro pela janela para se livrar dos agentes da PF.
Além dos dois alvos, Marcelo Andrade Moreira Pinto, ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF) também foi alvo. Ele teve um pedido de afastamento do cargo autorizado pelo STF, mas como saiu do cargo antes da decisão, a medida não será executada.
Outro alvo ligado a Elmar Nascimento é Amaury Albuquerque Nascimento, ex-assessor do parlamentar. Ele foi desligado do gabinete do deputado em abril após ser citado em uma outra fase da Overclean. O nome do assessor consta em uma planilha que, segundo a Polícia Federal, seria utilizada por empresários para o “controle de pagamento por vantagens indevidas”, com propina oriunda dos desvios das emendas
parlamentares.
A PF ainda mirou um pregoeiro de Campo Formoso, município que teria recebido as emendas. Empresários baianos do setor da construção civil também entraram na mira da PF. Evandro Baldino do Nascimento e Domingos Sávio Lima Nascimento foram alvos de buscas por parte da força-tarefa em endereços na capital baiana e em Juazeiro.
Autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a nova fase culminou no bloqueio de R$ 85,7 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas, com o objetivo de interromper a movimentação de valores de origem ilícita e preservar ativos para eventual reparação aos cofres públicas.
José Cruz/Agência Brasil // PF