

Alvo da Operação Route 156, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para investigar irregularidades em licitações no Departamento Nacional de Transporte e Infraestrutura (Dnit) do Amapá, a LCM Construção e Comércio recebeu um valor exorbitante do governo federal. As informações são da coluna de Fabio Serapião, no site Metrópoles.
De acordo com a publicação, a empresa recebeu cerca de R$ 10,8 bilhões do governo federal através de uma série de contratos firmados com o Dnit de diversos estados do Brasil. Dados do Portal da Transparência mostram que a LCM Construção e Comércio tem contratos com a administração federal que somam mais de R$ 23 bilhões.
Os contratos entre a empresa e o governo federal começaram a ser firmados desde 2014, quando a empresa foi criada, até o fim de 2024. Ao longo desse período, o ano com o maior valor contrato foi 2023, primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), avaliado em cerca de R$ 10 bilhões.
A quantia é menor do que foi registrado ao longo de todo o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando a empresa embolsou R$ 6,9 bilhões em contratos.
O presidente da empresa, Luiz Otávio Fontes Junqueira, foi alvo da operação da PF nesta terça-feira (22). Segundo a decisão da Justiça Federal que autorizou as ações da Polícia Federal, ele teria “se beneficiado do direcionamento de licitações”, operando suposto esquema de “lavagem de dinheiro por meio de saques fracionados e realizados por interpostas pessoas”.
A LCM Construção e Comércio chamou a atenção nos últimos anos pelos altos valores que recebe do governo federal. A empresa também já embolsou cerca de R$ 418 milhões em emendas parlamentares, sendo cerca de R$ 71 milhões do “orçamento secreto”.
Fundada em 2014, a LCM registrou crescimento após a operação Lava Jato causar a falência de grandes empreiteiras brasileiras envolvidas em corrupção com o governo. Desde então, a empresa tem fechado contratos milionários com a administração pública. De 2014 até 2018, a empresa embolsou aproximadamente R$ 3,1 bilhões fechados em acordo com o poder público.
No Amapá, epicentro da nova investigação da PF, a empresa firmou cinco contratos com o governo federal, que somam aproximadamente R$ 192 milhões.
Outro alvo da operação é o suplente do presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Breno Chaves Pinto é suspeito de usar influência do parlamentar e de sua condição de suplente para liberar verbas.
A LCM nega qualquer irregularidade nos procedimentos licitatórios que participou perante a Superintendência do Dnit do Amapá.
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