

Partidos da esquerda brasileira divulgaram uma nota conjunta nesta quarta-feira (23) condenando as sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A nota é assinada por PT, PSB, PDT, PSol, PCdoB, PV e Cidadania.
Na última sexta-feira (18), o Departamento de Estado dos Estados Unidos revogou o visto nde oito ministros do STF. Apenas André Mendonça, Luiz Fux e Nunes Marques não devem ser afetados.
No documento, os partidos de esquerda classificaram as sanções dos EUA contra membros da Suprema Corte brasileira como “ameaças de natureza tarifária e comercial, que foram igualmente contaminadas por interesses políticos, quando deveriam ser objeto de negociação como propõem o governo e o setor produtivo do Brasil” e que dá diz que a defesa da soberania nacional é “irrenunciável”.
Confira a nota completa:
“Recebemos com profunda indignação a notícia de que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, determinou sanções unilaterais a ministros do Supremo Tribunal Federal do Brasil por sua atuação no cumprimento da lei, na defesa da Constituição de nosso país e da nossa democracia.
Este gesto indevido, agressivo e sem precedentes nas relações bicentenárias de nossos países, torna-se ainda mais grave por sua manifesta motivação política, configurando uma ingerência espúria no processo democrático brasileiro e um ataque à soberania nacional.
A ação penal no STF sobre a tentativa de golpe e os atentados de 8 de janeiro de 2023 transcorre estritamente no devido processo legal, inclusive com ampla garantia do contraditório. As tentativas de coação da Justiça neste processo, venham de onde vierem, recebem o repúdio da sociedade brasileira.
As retaliações agora anunciadas seguem-se a sanções e ameaças de natureza tarifária e comercial, que foram igualmente contaminadas por interesses políticos, quando deveriam ser objeto de negociação como propõem o governo e o setor produtivo do Brasil.
Manifestamos irrestrita solidariedade aos ministros do STF, ao mesmo tempo em que reafirmamos a defesa irrenunciável da soberania nacional e das nossas instituições”.
Gustavo Moreno/STF