

Um levantamento realizado pelo portal Uol revelou que ao menos 1.210 políticos receberam R$ 773 milhões em emendas entre o ano de 2018 e o mês de junho de 2025 por meio de empresas das quais são sócios. As empresas prestaram serviços a governos estaduais e prefeituras por meio de contratos de convênio.
Prefeitos e suplentes de senadores estão entre os beneficiários. As empresas dos políticos receberam verbas provenientes de emendas parlamentares. A situação revela possíveis conflitos de interesse ou favorecimentos, mas não configura uma irregularidade automaticamente .
O setor da construção civil concentra mais da metade das empresas ligadas a políticos. Cerca de 405 construtoras ou incorporadoras entre as 736 companhias de políticos receberam verbas de emendas. Essas empresas operam, principalmente, em cidades pequenas.
Proximidade
O ex-assessor do senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), o empresário Cristiano Furlan (Rede-AP), recebeu cerca de R$ 8 milhões por meio de sua empresa Macplan Construções e Comércio, entre 2021 e 2024.
No entanto, as emendas não levam a assinatura direta de Randolfe. O dinheiro foi enviado pelos senadores Davi Alcolumbre (União-AP) e Eduardo Braga (MDB-AM) e pelo ex-senador João Capiberibe (PSB-AP).
Em nota, Alcolumbre disse que a gestão dos recursos é atribuição exclusiva de prefeitos e governadores e que não há qualquer ilegalidade em ter enviado as emendas. Os outros políticos não se manifestaram ao Uol.
Emenda de relator
Um outro exemplo é a empresa CN Motos, empresa do senador Ciro Nogueira (PP-PI) que recebeu pelo menos R$ 640 mil em emendas desde 2018. A maior parte foi paga em 2018 com o fornecimento de 31 motocicletas para um projeto de reaparelhamento da Secretaria de Segurança do Piauí.
Na época, Nogueira já era senador e Wellington Dias (PT) era o governador. O dinheiro para aquisição de motocicletas veio de uma emenda de relator de 2015. O senador disse ao Uol que não participa da gestão da empresa, que vence as licitações “exclusivamente por apresentar a melhor proposta”.
O levantamento identificou outros casos em que empresas de prefeitos ou vereadores eleitos são fornecedores de cidades vizinhas. A situação foi identificada nas cidades de Betim (MG), Lucrécia (RN), Ituberá (BA), Mirante (BA), Sobradinho (RS).
Na época, Nogueira já era senador e Wellington Dias (PT) era o governador. O dinheiro para aquisição de motocicletas veio de uma emenda de relator de 2015. O senador disse ao Uol que não participa da gestão da empresa, que vence as licitações “exclusivamente por apresentar a melhor proposta”.
O levantamento identificou outros casos em que empresas de prefeitos ou vereadores eleitos são fornecedores de cidades vizinhas. A situação foi identificada nas cidades de Betim (MG), Lucrécia (RN), Ituberá (BA), Mirante (BA), Sobradinho (RS).
José Cruz/Agência Brasil