

A Polícia Federal (PF) prendeu o líder de uma quadrilha que atuava com tráfico internacional de drogas. Trata-se de Renato Machado, de 30 anos, preso na terça-feira (22) em uma cobertura em Guarulhos. A investigação levou cerca de dois anos.
De acordo com informações do Fantástico, da TV Globo, o grupo criminoso operava no Aeroporto Internacional de Guarulhos, por meio de ajuda de funcionários locais para informações privilegiadas sobre escalas e logísticas, e com destino a Europa. Eram feitas trocas de etiquetas das malas, utilizando nomes de passageiros inocentes.
“Ele não vinha aqui. Ele não era ex-funcionário daqui. Mas ele tinha contatos. É ele que formava as escalas daquele dia para aquele voo, para aquela localidade que a droga ia”, explicou o delegado da Polícia Federal, Felipe Lavareda, segundo a reportagem. “Ele trata tudo de longe, dando as ordens. Às vezes ele pode até ir lá fazer o pagamento, dar uma carona pra alguém, qualquer coisa assim, mas ele não toca na droga”, continuou, ressaltando o porquê do líder não constar nas câmeras de segurança.
O caso ganhou notoriedade após duas brasileiras serem presas transportando 40kg de cocaína no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha. “Nós falamos de imediato que aquelas malas não eram nossas”, disseram, conforme o Fantástico. Imagens da câmera de segurança confirmaram que as bagagens haviam sido trocadas por funcionários do aeroporto. Ainda assim, as duas ficaram por 38 dias presas.
Um dos funcionários envolvidos, Pedro Venâncio, foi preso dias depois. “Eu receberia o valor de 10 mil reais pra mim”, disse, segundo a reportagem. Tamiris Zacharias, que trabalhava para uma companhia aérea também foi presa e chegou a usar um guichê desativado para despachar uma mala. Sua recompensa era de R$ 30 mil.
“O valor pago seria R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e que o dinheiro seria pago no dia ou no final de semana; que o trabalho consistia em despachar uma mala pela companhia GOL e a declarante estava ciente de que a mala transportava droga que estaria indo para outro país, sem saber informar que tipo de droga tinha na mala e para qual país estava sendo despachada; que a mala já estava etiquetada, informando a declarante que apenas despachou”, disse Carolina Helena Pennacchiotti, que foi condenada a 16 anos e 4 meses.
prisão. A defesa alega falta de provas suficientes para a prisão e afirma que a acusação está sendo feita com base em suposições e conexões. Ainda, informa que serão tomadas todas as medidas judiciais cabíveis. Vale ressaltar, no entanto, que com a prisão do líder, a PF considera o caso como encerrado.
“Esse é o nosso objetivo nas investigações: é chegar em quem está cooptando a mula, em quem está contratando ela, mandando a droga muitas vezes sem chegar nem perto da droga, simplesmente sendo o líder daquele esquema”, afirmou o delegado da Polícia Federal, Júlio César Baida Filho, conforme apontado pelo Fantástico.
Reprodução / TV Globo