

Os 74 dias oficiais de paralisação dos professores municipais de Salvador, encerrados há cerca de um mês, no último dia 18 julho, foram motivados após a APLB Sindicato (que representa a categoria) exigir o pagamento do piso nacional dos professores, fixado em R$ 4.867,77 após o reajuste de 6,27% feito pelo Ministério da Educação (MEC).
No período, de acordo com a gestão municipal, mais de 130 mil estudantes estavam sem aulas e 426 escolas permaneceram vazias. Em meio às tensões, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) havia destacado em diversas entrevistas que o salário médio dos professores em Salvador é de R$ 9,2 mil e que os valores exigidos pela categoria representavam um “aumento além do que é possível”.
No entanto, dados consultados pela BNews Premium junto do Tesouro Transparente mostram que, até julho deste ano, Salvador já tinha recebido mais de R$ 424,1 milhões através do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Os números tornam a capital baiana como a quinta cidade dos país que mais obteve repasses do fundo que foi criado em 2007 para financiar a educação básica pública no Brasil, desde a creche até o ensino médio. A título de comparação, as cifras de 2025 já equivalem a cerca de 65% de todo o valor recebido no ano passado inteiro (R$ 654,8 milhões).

De acordo com com a lei que regulamenta o Fundeb (nº 14.113/2020), ao menos 70% dos valores repassados anualmente pelo fundo devem ser “destinados ao pagamento da remuneração dos profissionais da educação básica em efetivo exercício”.
Devid Santana / BNews