

O Itamaraty pressionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a enviar representantes para acompanhar de perto a eleição presidencial na Venezuela, que vai acontecer neste domingo (28). A informação é da coluna de Malu Gaspar, no jornal “O Globo”.
Essa decisão representa uma mudança na posição do TSE, que havia comunicado em nota divulgada em 30 de maio, durante a gestão de Alexandre de Moraes, que não enviaria ninguém para a Venezuela.
Com a troca de comando no tribunal, agora presidido pela ministra Cármen Lúcia desde 3 de junho, a postura do TSE mudou. Na semana passada, o TSE anunciou que enviaria representantes para acompanhar a votação, faltando pouco mais de dez dias para o pleito.
De acordo com a publicação, a decisão é encarada como uma mudança na maneira como o TSE encara o pleito no país vizinho. No último dia 30 de maio, ainda na gestão de Alexandre de Moraes, a Corte Eleitoral emitiu uma nota afirmando que não iria enviar servidores para acompanhar a eleição presidencial venezuelana.
No entanto, a posição do TSE mudou com a ministra Cármen Lúcia na presidência da Corte. Na última, o tribunal anunciou o envio de representantes para acompanhar a votação.
Ainda segundo a publicação, internamente, a mudança no posicionamento é atribuída à pressão do Itamaraty de Lula, apesar de pessoas próximas ao chanceler Mauro Vieira negarem qualquer pressão.
A eleição na Venezuela passou a ter um clima de tensão depois que Nicolás Maduro ter dito, na última semana, que o país poderia viver um “banho de sangue” e uma “guerra civil” caso ele não seja reeleito. Pesquisas aponta para um favoritismo do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia.
A fala não foi bem recebida pelo governo brasileiro. Na última segunda-feira (22), o presidente Lula revelou estar “assustado” com a fala de Maduro. “Fiquei assustado com as declarações de Maduro de que se perder as eleições haverá um banho de sangue. Quem perde as eleições toma banho de votos, não de sangue”, disse o petista em entrevista coletiva em Brasília.
Ricardo Stuckert/Palácio do Planalto