

Uma empresa de uma jovem, de 22 anos, recebeu mais de R$ 100 mil de uma emenda do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), preso e denunciado por envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco. Segundo o portal Uol, o recurso foi utilizado pela JP Novaes Eventos, de Juliana Pires Novaes, para a realização de seis eventos em um projeto esportivo no Rio de Janeiro (RJ).
A empresa não tem histórico no ramo empresarial. Brazão destinou R$ 2 milhões à ONG ICA (Instituto Carioca de Atividades), que toca, desde fevereiro, o projeto chamado “Futuro Esportivo”. A organização-não-governamental já pagou R$ 102 mil à JP Novaes Eventos, que tem como sede um apartamento residencial em Copacabana, zona sul carioca.
De acordo com o UOL, o valor total do contrato é de R$ 340 mil para realizar 20 eventos de R$ 17 mil cada. O serviço contratado consiste em fornecer brinquedos, como tobogã inflável e cama elástica, água, kits lanche e material audiovisual.
Em maio, a Polícia Federal pediu abertura de inquérito ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar possíveis desvios nas verbas destinadas à ONGs. Nos últimos três anos, uma série de reportagens do Uol revelou que uma rede de ONGs recebeu quase meio bilhão de reais em emendas.
Com pouco mais de um ano de existência, a JP Novaes assinou três contratos no valor de R$ 1,3 milhão com as Ongs ICA e Instituto Realizando o Futuro. O UOL foi até o endereço da JP Novaes e encontrou Juliana, que se recusou a falar sobre a empresa. Juliana é filha de Renato Dias Novaes, funcionário da Prefeitura do Rio de Janeiro desde junho do ano passado. Como assessor especial do Riocentro (Centro de Feiras, Exposições e Congressos do Rio), Renato tem um salário de R$ 19 mil.
O advogado Fausto Neto disse que “apesar do pouco tempo de constituição, a empresa conta com a colaboração de profissionais capacitados que buscam atuar em projetos de instituições sérias sempre participando com lisura de licitações e cotações de preços”.
Neto afirmou que Renato não têm relação com a JP Novaes, parlamentares e nem com a Prefeitura. A ICA afirmou ao site que a empresa de Juliana foi contratada por meio “da abertura de processo de concorrência e recebimento de propostas de prestação dos serviços” .
O Ministério do Esporte disse que fiscaliza “a execução integral dos projetos e o alcance dos resultados previstos”. O advogado Cleber Lopes, que representa Brazão, não quis comentar as suspeitas ao site.
Redação