

A possível nomeação da deputada federal Tabata Amaral (PSB) para o Ministério de Ciência e Tecnologia enfrenta entraves dentro do PT e do próprio PSB, segundo informações do jornal Folha de SP.
A pasta para a qual Tabata é cogitada por uma ala do governo está hoje sob o comando de Luciana Santos (PCdoB), que deve ir para o Ministério das Mulheres. A ideia ainda é incipiente e não foi tratada com o presidente, segundo relatos, mas já anima o entorno da parlamentar.
Quem defende a entrada de Tabata no governo cita o empenho da parlamentar com pautas relacionadas a educação e pesquisa, além do fato de ela ser uma jovem mulher com destaque na política, o que ajudaria a trazer essas características para o primeiro escalão.
Da parte do PT, contudo, o nome de Tabata esbarra em resistência. Ela é criticada na esquerda desde a reforma da Previdência, quando votou favorável à proposta.
Além disso, auxiliares de Lula se queixam de que ela não teria feito defesa enfática do presidente durante a campanha à Prefeitura de São Paulo do ano passado, quando ele foi alvo tanto de Ricardo Nunes (MDB) quanto de Pablo Marçal (PRTB).
O segundo entrave para a entrada de Tabata no governo é uma questão com o próprio PSB. A parlamentar assumiria o cargo para compensar a saída de um ministro do partido, provavelmente Geraldo Alckmin do MDIC (Desenvolvimento, Indústria e Comércio).
Aliados do presidente recomendam cuidado com o vice-presidente, para que ele não seja exposto no debate sobre a reforma —o que comprometeria seu capital político. A ideia é manter a proporcionalidade de dois ministros da sigla, que já chegou a ter três pastas na Esplanada. O outro posto é ocupado por Márcio França, mas num ministério com menos recursos, Empreendedorismo.
O MDIC é mais interessante do ponto de vista de negociação com os outros partidos que estariam se queixando de estarem subrepresentados no primeiro escalão, como o PSD.
O prefeito do Recife, João Campos, que assumirá no próximo mês o PSB, esteve com o chefe do Executivo em janeiro e esta foi a principal demanda. Segundo aliados, a entrada de Tabata na Esplanada não entrou na conversa.
Pablo Valadares / Agência Câmara