

Setores importantes do governo de Lula informaram que a estratégia mais eficaz para enfrentar a decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor sobretaxas sobre o aço, seria optar por uma negociação semelhante àquela realizada durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), segundo informações da CNN.
Essa abordagem eliminaria outras duas opções consideradas menos viáveis.
A primeira alternativa seria recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), que atualmente se encontra enfraquecida, tornando a medida praticamente ineficaz. Essa ação poderia ser interpretada como um desejo de criar um conflito com Trump. A segunda opção seria retaliar, impondo sobretaxas sobre produtos americanos.
De acordo com membros do governo, essa medida não resolveria os problemas enfrentados pelos exportadores de aço brasileiros e também indicaria uma postura de confronto, o que é visto como negativo, considerando que Trump acabara de assumir o cargo.
A terceira opção, que é a negociação, tem sido a mais defendida por setores do governo. O Brasil já possui um histórico bem-sucedido nesse tipo de abordagem com o próprio Donald Trump.
A primeira vez que Trump impôs taxas sobre o aço brasileiro foi em 8 de março de 2018, durante o governo de Michel Temer. Na ocasião, o Brasil optou por negociar para evitar que seu produto fosse afetado. As negociações continuaram até 31 de maio de 2018, quando Trump anunciou uma nova decisão de sobretaxar o alumínio.
O Brasil manteve a estratégia de negociação e emitiu uma nota afirmando que tais “medidas são de responsabilidade exclusiva do governo dos Estados Unidos e serão por ele administradas”. Além disso, o governo brasileiro ressaltou que “considera que a aplicação das restrições sobre as exportações brasileiras não se justifica e segue aberto a construir soluções que melhor atendam às expectativas e necessidades de ambos os setores de aço e alumínio no Brasil e nos Estados Unidos, reservando seus direitos no âmbito bilateral e multilateral”.
Marcelo Camargo / Agência Brasil