

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisará se apressar para finalizar a sua reforma ministerial. Isso porque 20 dos 38 ministros devem deixar seus cargos para disputar as eleições de 2026. A informação é do jornal O Globo.
A regra eleitoral define que quem quiser disputar uma eleição precisa deixar cargos públicos pelo menos seis meses antes do pleito. Entre os ministros do governo Lula, há pré-candidatos à Câmara dos Deputados, ao Senado e a governos estaduais.
Dos ministros mais próximos ao presidente Lula, Rui Costa (Casa Civil) e Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) já demonstraram interesse em disputar o pleito do ano que vem. O ex-governador da Bahia deseja disputar uma vaga no Senado. Já Gleisi deve tentar se reeleger como deputada federal.
Outra baixa pode ser o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP). Aliados dizem que ele não quer disputar a eleição do ano que vem, mas poder disputar o Senado em São Paulo a pedido de Lula.
O presidente tem destacado a importância da eleição para o Senado no ano que vem. Lula vem demonstrando preocupação com a movimentação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta organizar suas bases para apresentar candidatos com potencial eleitoral. Aliados do petista avaliam que ele tem como uma das prioridades evitar o avanço do bolsonarismo no Senado.
O governo Lula tem quatro senadores licenciados. Destes, apenas um está em fim de mandato: o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), que deve se candidatar à reeleição. Os titulares das pastas de Educação, Camilo Santana (PT-CE), e Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias (PT-PI), têm mandato até 2030 e devem seguir no governo.
O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), também tem mandato de senador até 2030, mas vai deixar o cargo em abril. Ele é um dos cotados para ser o vice na chapa de Lula à reeleição. O emedebista ainda tem como plano B voltar a disputar o governo de Alagoas.
Outras saídas dadas como certas são dos ministros do Planejamento, Simone Tebet (MDB-MS), e de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG). A emedebista tem dito a aliados que só disputaria o Senado a pedido de Lula. Já Silveira deve coordenar a campanha de Lula em Minas Gerais, mas pode disputar tanto o Senado quanto lançar-se ao governo, caso o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) desista de disputar o Executivo mineiro.
Ao todo, Lula conta com deputados federais licenciados em sua equipe de governo , dos quais nove devem deixar a equipe para disputar a reeleição ou outros cargos. Além de Gleisi e Padilha, elegeram-se deputados federais em 2022 os ministros dos Esportes, André Fufuca (PP-MA); do Turismo, Celso Sabino (União-PA); do Trabalho, Luiz Marinho (PT-SP); do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-SP); do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT-SP); de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE); e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL-SP). Desses, só Padilha fica até o fim do governo.
Além disso, também devem ainda disputar vagas na Câmara em seus estados os ministros da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT-RJ); das Cidades, Jader Filho (MDB-PA); e da Pesca, André de Paula (PSD-PE).
Marcelo Camargo/Agência Brasil