

O PSD e o União Brasil estão em uma disputa por espaços no governo federal e por candidaturas para as eleições de 2026. O Palácio do Planalto tenta evitar um racha na base aliada.
As disputas locais e uma rixa por conta da indicação nas agências entre dois expoentes do Centrão – o presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União), e o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD) – agravam a desarticulação. No mês passado, a bancada do União na Câmara chegou a vetar a indicação do líder Pedro Lucas (MA) para o Ministério das Comunicações.
Deputados do PSD querem assumir o Ministério do Turismo, que hoje é ocupado por Celso Sabino, do União, no entanto, a reforma ministerial está travada. “As divergências fazem parte do processo político onde cada partido busca se fortalecer e ocupar espaços. Com a volta da China (de Alcolumbre) as pautas devem melhorar o ritmo — disse ao O Globo o senador Angelo Coronel (PSD-BA), vice-líder do partido.
“Essa divergência entre Alcolumbre e Silveira é pessoal e não tem nada a ver com o tema de partidos. Tanto que no Senado o Davi entregou ao PSD a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) ao senador Otto, com quem nutre relacionamento. Tampouco creio que a reforma ministerial esteja travada por conta do Turismo, afinal, nunca vi o governo sinalizar que gostaria de trocar o ministro Celso”, disse o líder do União no Senado, Efraim Filho (PB).
A filiação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ao PSD aumentou a preocupação. O governo quer fortalecer alianças para garantir influência e evitar mais instabilidades, principalmente, em meio à crise no INSS e à saída do PDT da base.
Arquivo/Agência Brasil