

Com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em viagem e o ministro Fernando Haddad de férias, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, decidiu envolver o chefe da Casa Civil, Rui Costa, em uma reunião com Hugo Motta e líderes da Câmara na última segunda-feira (16).
Conhecido por seu estilo direto, Rui Costa não pediu apoio aos parlamentares. Em vez disso, culpou o Congresso pelo aumento de gastos do governo, afirmando que leis aprovadas no Legislativo estariam por trás do descontrole fiscal.
O ministro citou como exemplos a desoneração de setores econômicos, o piso da enfermagem e mudanças na Previdência.
“O Congresso precisa ser mais responsável”, declarou Costa.
A fala, porém, foi mal recebida. Hugo Motta e os demais líderes lembraram que o PT não apenas apoiou algumas das medidas mencionadas, como foi autor da proposta do piso da enfermagem durante o governo anterior.
Segundo informações do portal Veja, líderes ouvidos pelo Radar relataram que esperavam mais moderação de Costa.
“Rui foi extremamente infeliz”, criticou um deles.
A postura do ministro também rendeu provocações. Isnaldo Bulhões (MDB), ao recebê-lo na casa de Motta.
“Ministro, que saudade do senhor!” – um recado pelo fato de Costa evitar diálogo com políticos e só aparecer em momentos de crise.
Rui Costa ainda foi cobrado por não ter participado da reunião, também na residência de Motta, onde o governo discutiu medidas para proteger o decreto do IOF.
“Mostra a importância que o chefe da Casa Civil dá ao tema”, reclamou um parlamentar.
Diante da “postura arrogante” de Costa (nas palavras de um líder), a Câmara aprovou horas depois, por 346 votos, o texto que acelerou a revogação do decreto.
A estratégia petista, portanto, saiu pela culatra.
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