

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), teceu críticas ao tarifaço do presidente Donald Trump aos produtos brasileiros. Em um evento de agronegócio no interior paulista, o gestor estadual afirmou que a medida, articulada em conjunto com o deputado Eduardo Bolsonaro, “é um obstáculo para o desenvolvimento da tecnologia”.
“Estamos diante agora do risco da imposição de tarifas. Tarifas podem até parecer algo interessante para quem aplica, algo patriótico, que traz um retorno para empresas, para empregos. Isso é verdade até a página dois, no curto prazo. No médio e longo prazo, a aplicação de tarifas cria um mercado viciante”, disse o governador nesta segunda-feira (27), na abertura da Coopercitrus Expo 2025, em Bebedouro.
“É um obstáculo para o desenvolvimento de tecnologia. Torna empresas dependentes do Estado. Nunca foi bom ao longo do tempo”, acrescentou.
Para driblar os impactos da taxação de 50% do governo norte-americano, Tarcísio tem estudado conceder créditos aos setores mais afetados, através da liberação de créditos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Em São Paulo, 40% das exportações da citricultura paulista têm os Estados Unidos como destino.
A taxação dos EUA ao Brasil valerá a partir de 1º de agosto. Ainda durante o evento, o republicano alfinetou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com o aliado de Jair Bolsonaro, o país tem se afastado dos Estados Unidos.
“O Brasil é um país que tem que se orgulhar, porque ao longo do tempo se desenvolveu sem inimigos. Não é possível que a gente não consiga conversar e se afastar de parceiros comerciais importantes. As duas maiores economias das Américas não podem estar distantes. E é fundamental que a gente chegue a uma solução para isso”, pontuou.
Racha?
Nas últimas semanas, desavenças polícias entre Tarcísio e Eduardo Bolsonaro foram expostas na internet. O filho “03” de Jair Bolsonaro (PL) críticou as articulações promovidas pelo republicano para suspender o tarifaço de Donald Trump.
Em entrevistas, Jair Bolsonaro afirmou que os entraves entre o herdeiro e o governador, a quem chama de “irmão mais novo” haviam sido apaziguados.
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL